É verdade que para tornar-se um investidor, basta realizar uma aplicação em um produto financeiro. Porém, ser um investidor qualificado vai além de simplesmente aplicar dinheiro em diferentes ativos, envolvendo o comprometimento em entender os mercados, analisar riscos e, acima de tudo, buscar a educação financeira contínua.
Dessa forma, o investidor qualificado, por sua experiência ou competência, consegue administrar investimentos de maior risco.
Muitos não sabem, mas o investidor qualificado é uma classificação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para investidores com um amplo conhecimento sobre investimentos financeiros (e certificações que comprovem isso) ou que tenham a quantia aplicada de R$1 milhão.
Sendo assim, a CVM define o investidor qualificado como:
1.Investidores profissionais;
2.Pessoas naturais ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$ 1 milhão, que atestem por escrito sua condição de investidor qualificado mediante termo próprio;
3.As pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica ou possuam certificações aprovadas pela CVM;
4. Clubes de investimento, desde que tenham a carteira gerida por um ou mais cotistas, que sejam investidores qualificados.
Quais são as vantagens e riscos de ser um investidor qualificado?
Ser um investidor qualificado não é apenas um título. É uma posição que traz diversas vantagens significativas que vão além dos benefícios financeiros imediatos e refletem o comprometimento e conhecimento do investidor.
Uma das vantagens é o acesso a investimentos exclusivos. A explicação é simples: entende-se que investidores qualificados têm conhecimento e experiência suficientes para administrar produtos diferenciados.
Essas opções, muitas vezes, apresentam potencial de retorno mais elevado, mas também vêm acompanhadas de um nível maior de complexidade e risco.
Com isso, o investidor qualificado, portanto, se beneficia por ter uma gama mais ampla de opções de investimento, permitindo-lhe aproveitar as oportunidades antes que o público em geral possa acessá-la.
Mesmo com as vantagens, há riscos envolvidos e que devem ser bem conhecidos. Para o investidor qualificado, os investimentos costumam ter estruturas mais complexas e pouco conhecidas. Assim, é preciso ter mais cautela na hora de montar uma carteira.
O maior risco de todos é em relação ao próprio conhecimento sobre o mercado e os ativos. Como a CVM deduz que você já entende o suficiente, ao optar por um investimento, não haverá uma série de documentos e avisos sobre os riscos associados. Logo, se você não tem conhecimento suficiente, a possibilidade de se expor a um risco elevado pode ser alta.
Já para o investidor comum, os investimentos são melhor expostos e a burocracia é maior.
Que tipos de investimento eles podem fazer?
Os indivíduos classificados pela CVM como qualificados podem investir em tipos complexos, sendo eles:
Investimentos em fundos de hedge: os gestores colocam dinheiro em diferentes investimentos para gerar retornos positivos. O objetivo de um fundo de hedge é entregar retornos positivos independentemente das condições de mercado.
Investimentos em private equity: o objetivo é quase sempre vender uma participação em uma empresa para obter um alto retorno sobre o patrimônio. A maioria das formas de investimento em private equity, incluindo capital de risco e investimento anjo, exige investidores qualificados;
Investimento em equity crowdfunding: utilizada como forma de arrecadação de fundos, atrai investidores dispostos a contribuir com fundos em troca de uma participação financeira na empresa. Algumas plataformas de crowdfunding, incluindo SMU, EqSeed e Cap Table, estão abertas apenas para investidores qualificados.