Para entender como funciona o mercado de investimentos, é fundamental conhecer termos, siglas e conceitos específicos. Por isso, hoje vamos falar sobre hedge, um termo que está presente no dia a dia de muitos investidores, entre eles o grande Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo.

Hedge, em sua essência, é uma estratégia adotada por investidores para proteger o valor de um ativo contra as flutuações do mercado.  O seu principal objetivo é limitar as potenciais perdas e ganhar estabilidade no retorno dos seus investimentos nesse cenário volátil. Podemos dizer que o hedge cria uma espécie de “colchão” financeiro, amortecendo os impactos negativos dessas oscilações.

Com isso, concluímos que: o investidor que se posiciona como hedger quer proteção. Sua principal preocupação ao adotar essa estratégia não é obter lucro, e sim evitar perdas.

Por que é importante ter uma estratégia de hedge

Como dissemos, a principal razão para realizar uma operação de hedge é evitar uma perda brusca e grande em função da variação dos preços dos ativos. Essa oscilação pode ser decorrente de inúmeras razões como: fatores internos da empresa, cenário econômico nacional e internacional, política de juros, entre outros. A partir desses acontecimentos, é possível obter pistas, uma espécie de previsão, sobre como as ações podem se comportar. 

Quem opta por adotar uma estratégia de hedge acaba ganhando mais tranquilidade para operar, pois ganha estabilidade e segurança nas operações realizadas na Bolsa de Valores. E uma coisa é certa: investidores protegidos tendem a ter mais disposição para tentar negócios diferentes e, potencialmente, lucrativos.

Dentro do contexto do hedge, diversas estratégias podem ser empregadas e adaptadas a diferentes condições de mercado e aos objetivos de investimento. Uma das abordagens mais comuns é o uso de derivativos financeiros, como contratos futuros e opções.

Vamos explicar de forma simplificada as suas diferenças:  os contratos futuros permitem aos investidores fixar preços de compra ou venda para ativos específicos em uma data futura, proporcionando uma proteção eficaz contra a volatilidade de preços. Já as opções (colocar link do artigo) concedem o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender ativos a preços pré-determinados, oferecendo flexibilidade e controle aos investidores.

Tipos de hedges

1.Hedge de Commodities

Commodities são mercadorias primárias de origem agrícola, pecuária, mineral e ambiental que fornecem matérias-primas para a produção industrial.

A estratégia de hedge para commodities tem o objetivo de evitar o efeito da imprevisibilidade do movimento de oferta e demanda. É comum os produtores de commodities realizarem a venda da produção por meio de contratos futuros. Ou seja, eles fixam o preço agora, mas só repassam o dinheiro ou os próprios produtos em alguns casos, no futuro por esse valor pré-determinado.

A operação ajuda a controlar o mercado, evitando que a imprevisibilidade prejudique as transações e afete todo o resultado da produção desses produtos.

2.Hedge Cambial

O hedge cambial se baseia no uso do dólar como estratégia de proteção para outros ativos ou operações. Também conhecido como hedge de câmbio, ele visa reduzir o prejuízo causado pela variação das moedas sobre os investimentos. 

Existem diversas formas de realizar um hedge cambial – das mais simples às que demandam um conhecimento maior sobre o mercado. Além da negociação de contratos futuros de dólar, também é possível investir em fundos cambiais, negociar opções de dólar, comprar títulos denominados na moeda ou até mesmo a moeda em espécie.

3.Natural

É identificada como hedge natural a combinação de fatores que protege contra variações de preços “naturalmente”, sem um esforço específico para que isso aconteça. 

O exemplo clássico é o das empresas exportadoras. Suas receitas são em dólar, e muitas vezes parte dos seus custos pode ser também. É o caso, por exemplo, das companhias do setor agrícola. Elas vendem seus produtos no exterior e recebem em dólar por isso. Ao mesmo tempo, parte relevante dos seus insumos – fertilizantes, por exemplo – também são cotados em dólar.

Em momentos de queda do real, esses papéis tendem a se valorizar porque a receita obtida com as exportações aumenta e os lucros também. 

4.De ações

O hedge de ações é uma estratégia que visa proteger um portfólio de investimentos contra as variações de preços no mercado de ações. Embora a diversificação de portfólio seja uma forma de gerenciar riscos, o hedge de ações vai além, oferecendo ferramentas específicas para proteger ativos contra movimentos adversos no mercado acionário.

Uma das estratégias mais comuns de hedge de ações envolve o uso de opções. Os investidores podem adquirir opções de venda (put options), que oferecem o direito, mas não a obrigação, de vender ações a um preço pré definido dentro de um prazo estabelecido. Outra estratégia é utilizar contratos futuros de índices de ações, ou ainda fundos de índices ETFs.