Em fato relevante, o Inter informou ao mercado que o seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos no valor de US$0,03 por ação ordinária emitida pela companhia. Com base no resultado apurado nas demonstrações financeiras do exercício social de 2023. Portanto, os dividendos serão pagos em 23 de abril de 2024 com base na posição acionária da instituição ao final do dia 16 de abril 2024.
Hoje, a stock do Inter, negociada na bolsa de Nova York sob o ticker INTR, está sendo negociada em aproximadamente U$5,80, do que se conclui que o pagamento anunciado é consideravelmente modesto. Porém, o Inter sinaliza com clareza que os recursos gerados, pelas suas atividades deverão continuar sendo reinvestidos em suas atividades e o pagamento de proventos, dividendos, aos acionistas não parece um objetivo central da instituição no momento.
Ademais, a data estimada para o pagamento dos dividendos para detentores das BDRs negociadas na B3 é de 6 de maio de 2024. O valor dos dividendos em Reais e a data exata do seu pagamento aos titulares das BDRs serão anunciados após o dia 23 de abril de 2024.
Como foram os últimos resultados e dividendos do Inter?
No 4T23, o Inter reportou um resultado muito positivo com lucros e receitas recordes, além de forte evolução no ROE. Dessa forma, o primeiro ano do plano de cinco anos, o “60-30-30”, foi atingido e as perspectivas para 2024 parecem positivas. Sendo esperada diminuição do custo do crédito e da inadimplência, impulsionando o retorno sobre o patrimônio do banco digital fundado em Minas Gerais.
No último trimestre, o Lucro Líquido recorrente do Banco Inter atingiu R$160 milhões. Um crescimento de 53,8% em relação aos R$228,2 milhões apresentados no trimestre anterior e de 451% em relação ao reportado no mesmo período de 2022. Já o ROE do trimestre alcançou 8,5%, elevação de 2,8% na comparação trimestral e de 6,9% na comparação anual.
No período em análise, a receita bruta atingiu R$2,197 bilhões, um aumento de 2,5% na comparação trimestral e de 29% na comparação anual. De acordo com o banco, essa receita recorde foi alcançada por meio de avanços na reprecificação da carteira, oportunidades de cross-selling e melhorias na estrutura de capital do banco.
O ARPAC, que se refere à receita média por usuário ativo, do banco no trimestre foi de R$47, elevação de 2,1% na comparação trimestral e de 7,3% na comparação anual. De acordo com o banco, isso é fruto da estratégia de criar novos produtos e também fortalecer produtos já existentes.
Sobretudo, a Carteira de Crédito Bruta do banco alcançou R$29,784 bilhões. Um crescimento de 10% no trimestre e de 31% nos últimos 12 meses, com destaque para o crescimento do crédito imobiliário e do cartão de crédito. Vale apontar que, na comparação anual, o crescimento da carteira do banco foi mais de quatro vezes mais do que a média do mercado brasileiro.
NPLs, Receita de Serviços e despesas totais
Por seu turno, o NPLs (Non-Performing Loans) foi de 4%, uma redução de 0,3% na comparação trimestral e de 0,1% na comparação anual. De acordo com o banco, as novas safras de cartão de crédito continuam a apresentar melhor qualidade e seguem contribuindo para uma carteira de crédito mais saudável.
Por seu turno, a Receita de Serviços encerrou o trimestre em R$437 milhões. Assim, houve redução de 2,2% na comparação trimestral e elevação de 33,6% na comparação anual. Vale apontar que a percentagem das receitas de serviços sobre os serviços totais do banco no trimestre foi de 33,3%. Uma redução de 2% em comparação com o 3T23 e um aumento de 0,7% em relação ao 4T22.
Contudo, as despesas totais atingiram R$628 milhões no quarto trimestre de 2023. Uma alta de 2,2% em relação ao trimestre anterior e queda de 8,4% em relação ao mesmo período de 2022. O que reflete um forte controle de gastos. Também é interessante destacar que, mesmo com maior número de clientes, lançamento de novos produtos e novos serviços, os custos do banco ficaram estáveis entre 2023 e 2022.
O Custo de Aquisição de Clientes (CAC) no trimestre foi de R$24,6. Uma diminuição de 5% no trimestre e de 19% no ano, largamente em função do uso da tecnologia que diminuiu custos operacionais e de marketing.
Por fim, o Índice de Eficiência encerrou o trimestre em 51,4%, evolução de 1% na comparação trimestral e de 22% na comparação anual. É válido destacar também que o índice apresenta evolução pelo quarto trimestre consecutivo.
E você investe no Inter? Posta abaixo nos comentários!
Milton Rabelo
Analista CNPI 2444
