Em 06/05 o presidente do Federal Reserve de Nova Iorque, John Williams, afirmou que “eventualmente teremos corte na taxa de juros mas que, no atual momento, a política monetária está no ponto certo”. Como pontos que favorecem um corte na taxa de juros, citou a maior cautela dos consumidores com seus gastos e a desaceleração no mercado de trabalho. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, por outro lado, apresentou uma visão mais pessimista.
No Federal Reserve, ainda que exista algum consenso quanto à necessidade de guiar a política monetária com base nos dados econômicos mais recentes e sobre a relevância deste atual momento de “espera”, com decisões favoráveis à manutenção da atual taxa de juros, os discursos começam a entrar em certo conflito.
Nesta terça-feira (14/05), Jerome Powell disse que a sua confiança quanto à melhora da inflação não está tão alta quanto antes. “Espero que a inflação volte a cair para níveis mais parecidos com as leituras mais baixas que tivemos durante o ano passado”, acrescentando que: “Eu diria que minha confiança quanto a isso não é tão alta quanto antes”.
A inflação continua bem acima da meta e o cenário de “juros altos por mais tempo” parece se consolidar cada vez mais. Para Powell, “é preciso ter paciência e aguardar evidências de que a inflação continue a reduzir”. Um corte apressado nos juros pode ser extremamente prejudicial para o andamento da política monetária.
Cenário do Banco Central do Brasil
Na última quarta-feira (08/05) o Banco Central do Brasil revelou uma desaceleração no ritmo de corte da taxa de juros. Reduzindo a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,50%. Entretanto, o que mais chamou a atenção do mercado foi o fim do consenso entre os diretores do Banco Central. Por 5 votos contra 4, com apenas um voto de diferença, houve a decisão por um corte de 0,25%. Esta falta de consenso se traduziu em volatilidade: o mercado não gostou e os juros futuros dispararam como reflexo.