Inflação abaixo do esperado e discurso de Powell mexem com o ânimo do mercado

Na quarta-feira toda a atenção do mercado estava direcionada ao mercado norte-americano. O ânimo do mercado foi abalado pela manhã, quando foram divulgados dados positivos de inflação e de tarde que foi anunciada uma nova manutenção da taxa de juros, além da atualização das perspectivas macroeconômicas dos membros do comitê do Fed e discurso de Jerome Powell.

O índice Consumer Price Index (CPI) referente ao mês de maio apresentou estabilidade em relação ao mês anterior, valor abaixo da expectativa do mercado que previa uma alta de 0,1%. Com isso, o índice apresenta valor acumulado de 3,4%. Já o índice núcleo apresentou alta de 0,2% e fechou acumulado nos últimos doze meses em 3,4%. Os destaques do CPI foram novamente moradia que apresenta alta acumulada de 5,4%, sendo que vale destacar que este item é o de maior peso no índice, já os itens de alimentação e energia foram os que mais influenciaram de forma positiva.

Taxa de manutenção dos juros

Além disso, ontem o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, de forma unânime confirmou a expectativa de mercado com a manutenção da taxa de juros. Dessa forma, a Fed fund rate se mantém entre 5,25% e 5,50% pela sétima reunião consecutiva. Além da decisão de manter a taxa de juros, foram renovadas as expectativas do mercado. A partir das falas de Jerome Powell, presidente do Banco Central, e a atualização das projeções econômicas dos membros do Fed.

Em linha com o observado nas últimas reuniões, Powell reforçou que o comitê segue ‘data dependent’, ou seja, agindo de acordo com os dados econômicos mais recentes. Ele indicou que os dados de inflação divulgados pela manhã foram positivos e que uma sequência assim é o que o Fed procura. Ainda sim, não divulgou quantos meses seguidos ou quais outros dados serão critério para efetivar o corte nos juros.

A informação mais aguardada era a atualização do ‘dot plot’ que ilustra o que cada membro do comitê espera para a taxa de juros. Dessa forma, o gráfico abaixo indica as projeções para os anos de 2024 a 2026. A grande alteração foi a mudança dos juros para o final de 2024. Saindo de 4,6% para 5,1%, ou seja, existe a possibilidade de um corte de 0,25 p.p. ainda este ano, sendo que um segundo corte está em pauta, mas é menos provável de ocorrer. Dos dezenove votos, quinze esperam pelo menos um corte nos juros, sendo nove com a indicação de dois cortes.

Interface gráfica do usuário

Descrição gerada automaticamente com confiança média

Dessa forma, o mercado segue com a expectativa do corte em setembro. Por fim, as demais projeções não sofreram grandes alterações. O destaque é a projeção da inflação medida pelo Personal Consumption Expenditures (PCE) saindo de 2,4% para 2,6% ao final de 2024.

Por fim, após anúncio do FOMC, as bolsas encerraram a quarta-feira em alta, com o índice S&P renovando máxima histórica, acima dos 5.400 pontos.

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Guilherme Morais

@guilhermeammorais

Analista CNPI 2682

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