Nesta segunda-feira (01), a previsão para a atividade econômica no país em 2021 foi revisada de 4,97% para 4,94%. O Boletim Focus é uma publicação semanal do Banco Central do Brasil contendo um resumo das expectativas de mercado em relação a diversos indicadores da economia brasileira.
Além de um maior nível de taxa de juros e inflação, a revisão para baixo do crescimento econômico brasileiro pode ser explicada pelo último dado que foi divulgado em relação a Prévia do PIB.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou uma queda de 0,15% em agosto, ante expectativa do mercado de -0,05%.
Prévia do PIB – % em relação ao mês anterior
Fonte: BCB. Elaboração: VG Research
O resultado foi puxado principalmente pela queda da indústria e do varejo no mês de agosto, que atingiram -0,7% e -3,1%, respectivamente. Do lado positivo, o setor de serviços apresentou uma alta de 0,5% no período.
A economia brasileira está tentando registrar uma recuperação em meio a redução das restrições e avanço do processo de vacinação, entretanto, o alto nível de inflação e taxa de juros, além do risco fiscal e instabilidade política, são variáveis que podem atrapalhar o processo de crescimento econômico principalmente em 2022.
A expectativa para inflação continua com revisão altista para 2021, atingindo 9,17% (vs. 8,96% anteriormente). Para 2022, a projeção do mercado foi de 4,40% para 4,55%.
Vale lembrar que a meta de inflação para 2022 é de 3,50%, portanto, a expectativa atual de uma inflação de 4,55% para o próximo ano preocupa o cumprimento da meta.
Qual a consequência desse movimento?
A grande questão é que os integrantes do Banco Central brasileiro acompanham atentamente as projeções dos economistas divulgadas no Boletim Focus. Portanto, com uma inflação mais alta, aumenta a probabilidade de uma elevação mais forte dos juros no curto prazo.
Na imagem abaixo, podemos visualizar a mudança que houve nas expectativas do mercado em relação à inflação, taxa de juros e economia brasileira.
Fonte: Banco Central. Elaboração: VG Research