Nesta segunda-feira (22), a previsão para a atividade econômica no país em 2021 foi de 4,88% para 4,80%. O Boletim Focus é uma publicação semanal do Banco Central do Brasil contendo um resumo das expectativas de mercado em relação a diversos indicadores da economia brasileira.
A revisão negativa pode ser explicada pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), que foi divulgado na última semana. O IBC-Br apresentou uma queda de 0,27% em setembro e sinalizando uma queda de 0,14% no terceiro trimestre.
O desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre é reflexo da dificuldade da indústria em dar sinais de recuperação, além do cenário mais fraco para serviços e principalmente o comércio varejista. O ambiente de inflação mais persistente e alta da taxa de juros começa a afetar um pouco a confiança do consumidor.
A economia brasileira está tentando registrar uma recuperação em meio a redução das restrições e avanço do processo de vacinação, entretanto, o alto nível de inflação e taxa de juros, além do risco fiscal e instabilidade política, são variáveis que podem atrapalhar o processo de crescimento econômico principalmente em 2022.
A expectativa para inflação continua com revisão altista para 2021, atingindo 10,12% (vs. 9,77% anteriormente). Para 2022, a projeção do mercado foi de 4,79% para 4,96%. Vale lembrar que a meta de inflação para 2022 é de 3,50%, portanto, a expectativa atual de uma inflação de 4,96% para o próximo ano preocupa o cumprimento da meta.
Qual a consequência desse movimento?
A grande questão é que os integrantes do Banco Central brasileiro acompanham atentamente as projeções dos economistas divulgadas no Boletim Focus. Portanto, com uma inflação mais alta, aumenta a probabilidade de uma elevação mais forte dos juros no curto prazo.
Na imagem abaixo, podemos visualizar a mudança que houve nas expectativas do mercado em relação à inflação, taxa de juros e economia brasileira.
Fonte: Banco Central. Elaboração: VG Research