EUA: ações preferenciais vs ações ordinárias

Investir nos Brasil e nos Estados Unidos compartilha muitas semelhanças, mas também algumas diferenças.  No Brasil, a segregação entre ações ordinárias e ações preferenciais é clara. As ações ordinárias fornecem ao detentor o direito ao voto nas assembleias de acionistas. Se por um lado fornecem ao detentor o direito ao voto e, consequentemente, potencial controle, por outro lado os detentores de ações ordinárias enfrentam um maior risco, visto que são os últimos a serem ressarcidos em uma situação de falência. 

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Fonte: 1st Formations.

Ainda no Brasil, as ações preferenciais não fornecem ao detentor o direito ao voto, mas oferecem uma série de “benefícios” relevantes, como preferência no recebimento de dividendos e no reembolso de capital em caso de falência ou liquidação. As ações preferenciais costumam apresentar maior liquidez na bolsa de valores, reduzindo o risco de liquidez. Nos Estados Unidos, o entendimento sobre o que são ações ordinárias e preferenciais apresenta diferenças substanciais, principalmente em relação às ações preferenciais. 


As ações ordinárias, como conhecemos no Brasil, não apresentam uma diferença significativa em relação às norte-americanas, common stocks.

As ações preferenciais norte-americanas, conhecidas como preferred stocks, por outro lado, são bem mais semelhantes a um título de dívida do que a um título propriamente patrimonial. Não por acaso, esse tipo de ação pode receber classificação de risco de crédito (rating), assim como títulos de dívida. 

São características das preferred stocks:

  1. Do ponto de vista societário, classifica-se como um direito patrimonial, apesar de apresentar semelhanças com um título de dívida;
  2. o dividendo é fixo e pago mesmo na ausência dos lucros e, por essa razão, em processos de precificação as preferred stocks são usualmente somadas ao endividamento;
  3. semelhante ao que vemos no Brasil, em caso de liquidação da companhia, os detentores desse tipo de ação recebem um reembolso de capital fixado.

Em outras palavras, as ações preferenciais nos Estados Unidos são consideradas”ações” e ainda assim, funcionam mais como dívida do que como capital próprio. Na prática, podemos vê-las como um título híbrido – bem diferente das ações preferenciais brasileiras, que realmente funcionam como capital próprio.

Lucas Schwarz

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