No dia 28 de maio, o Banco BMG comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral que celebrou com o Banco Inter um acordo por meio do qual as partes estabeleceram os termos e condições para a venda para o Inter. De todas as ações detidas pelo BMG, representativas de 50% do capital social da Granito Instituição de Pagamento.
De acordo com o fato relevante, o preço total da Operação é de R$ 110 milhões. O qual será ajustado pela variação de 100% do CDI, desde o dia 28 de maio até a data do fechamento da operação, quando haverá o pagamento à vista.
Vale apontar que o fechamento da operação está sujeito à implementação de determinadas condições usuais a esse tipo de transação, incluindo a aprovação do Banco Central do Brasil – BACEN e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE.
Uma vez concluída o acordo, o Inter passará à condição de titular de 100% das ações de emissão da Granito.
Por fim, de acordo com a gestão do BMG, a operação faz parte da estratégia do banco de concentrar esforços na execução das suas principais linhas de negócio. Com o objetivo de crescer e gerar resultados sustentáveis aos seus acionistas e demais stakeholders.
Como foram os últimos resultados do Banco BMG?
No 1T24, o Lucro Líquido do banco Bmg foi de R$ 94 milhões. Sendo 4x maior em comparação ao 1T23 e redução de 24,1% em relação ao 4T23. Vale apontar que o Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio atingiu 9,9% a.a.
Por sua vez, o Patrimônio Líquido em 31 de março de 2024 atingiu R$ 3.986 milhões. Um aumento de 1,5% em relação ao trimestre anterior e de 2,2% em comparação ao mesmo período do ano anterior. No 1T24, o patrimônio líquido variou principalmente em decorrência: (i) do lucro líquido de R$ 94 milhões; (ii) efeito positivo de marcação a mercado e hedge no montante de R$ 38 milhões; (iii) reconhecimento de planos de pagamento baseado em ações aos executivos do Banco, e (iv) provisionamento de JCP.
Já a margem financeira totalizou R$ 1.308 milhões no 1T24. Aumento de 10,1% em comparação com o mesmo período do ano anterior e de 3,1% em relação ao 4T23. A margem financeira após o custo do crédito (despesas de provisão e de comissão) atingiu R$ 714 milhões no primeiro trimestre de 2024. Aumento de 21,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior e redução de 0,9% em relação ao 4T23.
Carteira de crédito e outros índices
Por seu turno, a carteira de crédito total atingiu R$ 24.872 milhões no 1T24. Representando um aumento de 4,4% no trimestre e redução de 0,6% em doze meses. O aumento da carteira no trimestre ocorreu, principalmente, por conta do crescimento das carteiras de produtos consignados, varejo PF e do empréstimo consignado nos Estados Unidos.
Vale apontar que a carteira de cartão de crédito consignado, o principal produto do banco, atingiu em 31 de março de 2024 o saldo de R$ 9.187 milhões. Isso representa um aumento de 1,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 0,7% em comparação ao 4T23. O saldo da carteira inclui saldo de compras a faturar. Já na carteira, 88,8% estão concentrados em aposentados e pensionistas do INSS e servidores públicos federais. Em 31 de março de 2024, a taxa média dessa carteira era de 3,1% a.m.
Em seguida no primeiro trimestre de 2024, as despesas administrativas e operacionais, atingiram R$124 milhões. Uma redução de 4,0% em relação ao mesmo período de 2023 e ficaram estáveis em relação ao 4T23. Após revisão de despesas, processos e estruturas em 2023, a instituição segue atuando com foco em uma gestão eficiente de custos.
Além disso, vale destacar também que, no período, o índice de eficiência foi de 53,7%. Assim, uma melhora de 4,8 p.p. em relação ao mesmo período de 2023 e de 3,1 p.p. em relação ao 4T23. Isso se dá ao reflexo da gestão efetiva de custos que o Banco vem realizando e também do aumento das receitas.
Por fim, o Índice de Basileia permaneceu estável, atingindo 13,2%, mesmo com o crescimento da carteira de crédito e declaração de JCP de R$ 49 milhões no trimestre.
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Milton Rabelo
Analista CNPI 2444