Nesta segunda-feira (30), a previsão para a atividade econômica no país em 2021 foi revisada para baixo, agora uma alta de 5,22% (vs. 5,27% anteriormente).
O Boletim Focus é uma publicação semanal do Banco Central do Brasil contendo um resumo das expectativas de mercado em relação a diversos indicadores da economia brasileira.
A expectativa para inflação continua com revisão altista para 2021, atingindo 7,27% (vs. 7,18% anteriormente). Para 2022, a projeção do mercado foi de 3,93% para 3,95%.
Vale lembrar que a meta de inflação para 2022 é de 3,50%, portanto, a expectativa atual de uma inflação de 3,95% para o próximo ano preocupa o cumprimento da meta.
A revisão para cima da inflação em 2022 é reflexo dos últimos dados que tivemos, no qual o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) apresentou uma alta de 0,89% em agosto, ficando acima da expectativa do mercado que era de 0,82%.
O resultado foi puxado principalmente pelo aumento da energia elétrica, que registrou alta de 5,00% no período e foi o maior impacto individual no resultado.
IPCA-15
Fonte: IBGE. Elaboração: VG Research
A crise hídrica permanece impactando e a bandeira vermelha patamar 2 vigorou nos meses de julho e agosto. O segundo maior impacto veio do grupo de transportes, com alta de 1,11% no período, puxado principalmente pela gasolina (+2,05%), que acumula uma expressiva alta de 39% nos últimos 12 meses.
Qual a consequência desse movimento?
A grande questão é que os integrantes do Banco Central brasileiro acompanham atentamente as projeções dos economistas divulgadas no Boletim Focus.
Portanto, com uma inflação mais alta, aumenta a probabilidade de uma elevação mais forte dos juros no curto prazo.
Na imagem abaixo, podemos visualizar a grande mudança que houve nas expectativas do mercado em relação à inflação, taxa de juros e economia brasileira.
Fonte: Banco Central. Elaboração: VG Research