Nesta segunda-feira (05), a previsão para a atividade econômica no país em 2021 foi revisada para cima, agora uma alta de 5,18%. O Boletim Focus é uma publicação semanal do Banco Central do Brasil contendo um resumo das expectativas de mercado em relação a diversos indicadores da economia brasileira.
Abaixo, podemos visualizar o desempenho dos principais setores no mês de abril que influenciaram na revisão para cima do PIB.
- A produção industrial brasileira apresentou uma alta de 1,4% em maio, ante o mês anterior, após três meses consecutivos de queda. Com o resultado, a indústria alcançou o patamar pré-pandemia.
- As vendas no comércio varejista apresentaram uma alta de 1,8% em abril, ante queda de 1,1% em março. Essa é a maior alta para o mês desde 2000 e deixa o varejo 0,9% acima do patamar pré-pandemia. O resultado veio bastante acima da expectativa do mercado que esperava uma alta de 0,1%.
A expectativa para inflação continua com revisão altista para 2021, entretanto, após várias semanas consecutivas de revisão para cima, a inflação para 2022 foi revisada para baixo, saindo de 3,78% para 3,77%. Vale lembrar que a meta de inflação para 2022 é de 3,50%, portanto, a expectativa atual de uma inflação de 3,77% para o próximo ano preocupa o cumprimento da meta.
Qual a consequência desse movimento?
A grande questão é que os integrantes do Banco Central brasileiro acompanham atentamente as projeções dos economistas divulgadas no Boletim Focus. Portanto, com uma inflação mais alta, aumenta a probabilidade de uma elevação mais forte dos juros no curto prazo.
Vale a atenção para nova revisão para baixo em relação à inflação de 2022, o que visualizamos como um movimento bastante positivo. Acreditamos que a revisão pode ser explicada pelo tom mais agressivo do Banco Central na última Ata do Copom, na qual demonstrou total comprometimento em buscar a meta de inflação no horizonte relevante de política monetária.
Além disso, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma variação de 0,60% em junho, ante 4,10% no mês anterior, ficando bastante abaixo da expectativa do mercado que esperava uma alta de 1,00%.
Na imagem abaixo, podemos visualizar a grande mudança que houve nas expectativas do mercado em relação à inflação, taxa de juros e economia brasileira.
Fonte: Banco Central. Elaboração: VG Research