Em fato relevante, o Bradesco S.A. comunicou aos seus acionistas e ao mercado em geral a aprovação do pagamento de juros sobre o capital próprio (JCPs) intermediários, relativos ao primeiro semestre de 2024. O valor total é de R$4 bilhões sendo R$0,359141350 por ação ordinária e R$0,395055485 por ação preferencial.
Os acionistas que estiverem inscritos nos registros do banco no dia 17/06/2024 (data-base de direito) são beneficiados. Dessa forma, passam as ações a ser negociadas “ex-direito” aos juros intermediários a partir de 18/06/2024.
O pagamento ocorrerá até 31/01/2025. O valor líquido será de R$0,305270148 por ação ordinária e R$0,335797162 por ação preferencial, já deduzido o Imposto de Renda na Fonte de 15%.
Vale mencionar que os juros aprovados representam, aproximadamente, 20,8 vezes o valor dos juros mensalmente pagos, líquidos de imposto de renda na fonte, e serão computados no cálculo dos dividendos obrigatórios do exercício previstos no estatuto social. A seguir, vamos conferir o JCPs do Bradesco,
JCPs do Bradesco
Valor líquido por ação preferencial (BBDC4): R$0,33
Dividend Yield: 2,5%
Data de corte: 18/06/2024
Data do pagamento: Até 31/01/2025
Como foram os últimos resultados do Bradesco?
Após um 4T23 de resultados fracos e de limpeza de balanço pela nova gestão, o Bradesco reportou um resultado trimestral mais positivo que sinaliza uma recuperação lenta e gradual para os próximos trimestres. Apesar da sazonalidade desafiadora, na base trimestral, houve evolução na geração de lucro e na rentabilidade. Houve também melhorias na taxa de inadimplência e menores despesas com PDDs. Por outro lado, a margem financeira segue pressionada e a gestão acredita numa evolução mais firme apenas no segundo semestre do ano. Amparado inclusive por números positivos advindos do canal segurador, os resultados trimestrais reportados foram superiores ao projetado pelo consenso de mercado.
No 1T24, o lucro do Bradesco atingiu R$4,2 bilhões, elevação de 46,3% na comparação trimestral e redução de 1,6% na comparação anual. Enquanto isso, o ROAE gerencial foi de 10,2%, aumento de 3,3% na comparação trimestral e redução de 0,4% na comparação anual. O resultado trimestral foi impulsionado por menores despesas com PDD, controle de despesas operacionais e resultado das operações de seguros, mas ainda pressionado pela margem financeira com clientes.
Margem Financeira
Por sua vez, a margem financeira atingiu R$15,1 bilhões, retração de 6,1% em três meses e de 9% em doze meses. A margem financeira se contraiu no 1T24. Assim, reflete principalmente a redução da margem com clientes, que segue pressionada pelo mix de crédito com spread menor, e pelo menor volume de operações com Micro e Pequenas Empresas. De acordo com a gestão, a perspectiva de melhora de margem é mais clara para o segundo semestre do ano.
Carteira Expandida
Por seu turno, a carteira expandida do Bradesco atingiu R$889,9 bilhões, elevação de 1,4% na comparação trimestral e de 1,2% na comparação anual. De acordo com a gestão, a carteira de crédito atingiu um ponto de inflexão neste trimestre. Depois de contrair em 2023, iniciou trajetória de aumento que deve perdurar. Em Pessoas Físicas de baixa e média renda, originou-se mais crédito no 1T24 do que o realizado no pré-pandemia, reforçando a estratégia de elevar market share no segmento. Em Micro e Pequenas Empresas, houve uma aceleração, porém a originação no segmento ainda não foi normalizada.
Provisões para Devedores Duvidosos
Já as Provisões para Devedores Duvidosos expandidas do Bradesco, no período, foram de R$7,8 bilhões, diminuição de 25,8% na comparação trimestral e de 17,9% na comparação anual. Enquanto isso, a redução da PDD Expandida nos períodos reflete a melhor qualidade das novas safras nas operações do massificado (PF e PJ), em linha com as ações de créditos implementadas, maior eficiência de cobrança, menores despesas com descontos concedidos e redução de provisões no segmento de atacado. No massificado de pessoas jurídicas houve melhora na qualidade das novas safras.
Inadimplência
Vale apontar que a inadimplência acima de 90 dias no trimestre foi de 5,5%. A retração foi de 0,4% na comparação trimestral e de 0,7% na comparação anual. As safras de crédito mais recentes continuam apresentando melhora significativa na qualidade, mesmo com a aceleração da originação. Destaque para a redução de 0,4 p.p. dos indicadores de Pessoas Físicas e de Micro, Pequenas e Médias Empresas.
Índice de Cobertura e NPL
Por seu turno, o Índice de Cobertura do Bradesco findou o trimestre em 164%. A queda de 1% em três meses e de 18% em doze meses.
Enquanto isso, o NPL (Non Performing Loan) Creation em relação a carteira apresentou melhora de 0,5% em comparação ao 1T23, com redução em todos os segmentos, destacando a menor geração de inadimplência em 25,2% na carteira de pessoas físicas e 26,5% em MPME.
Receitas, despesas gerais e operações de seguros
Por sua vez, as receitas de prestação de serviços no trimestre totalizaram R$8,861 bilhões, redução de 1,8% na base trimestral e aumento de 1,3% na base anual.
Além disso, as despesas gerais atingiram R$13,360 bilhões no trimestre. A redução foi de 1,5% e elevação de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A estratégia de adequação do nosso custo de servir tem apresentado resultados positivos na comparação anual. Isso, considerando nossos maiores investimentos em tecnologia, desenvolvimento e infraestrutura que impactam as despesas com depreciação e amortização.
Por fim, as operações de seguros do banco apresentaram um lucro trimestral de R$1,9 bilhão e redução de 21,5% na comparação trimestral. Já a elevação é de 10% na comparação anual, ao passo que o ROE da vertical foi de 19,8%, redução de 5% em três meses e elevação de 1,6% em doze meses. No trimestre, houve redução dos índices de sinistralidade, eficiência administrativa, aumento do faturamento e consequente melhora do índice combinado e a gestão acredita que as perspectivas continuam positivas para o restante de 2024.
E você vai receber os JCPs do Bradesco? Posta aqui abaixo nos comentários!
Milton Rabelo
Analista CNPI 2444