Como reflexo da melhor arrecadação e a queda nos gastos em relação a pandemia de COVID-19, o Setor Público brasileiro apresentou um superávit primário de R$ 24,255 bilhões em abril. Esse é o melhor resultado apurado para o mês desde o início da série histórica (2001), e ficou bastante acima da expectativa do mercado que esperava um patamar de R$ 16,75 bilhões.
Com isso, a dívida pública brasileira caiu para 86,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril, ante 88,9% no mês anterior.
Dívida Bruta (% do PIB)
Fonte: Banco Central. Elaboração: VG Research
Com o resultado, a XP Investimentos reduziu a projeção para a Dívida/PIB em 2021 de 87% para 84,5%. O JP Morgan revisou as estimativas da relação Dívida/PIB de 91,3% para 86,3%.
Nesse contexto, a percepção de risco fiscal começa a diminuir e existe uma grande possibilidade de um indicador Dívida/PIB no Brasil abaixo de 90% ao final deste ano. O reflexo do resultado pode ser visualizado no desempenho da curva de juros na última semana, que apresentou importante queda na parte mais longa após vários meses de alta.
Na imagem abaixo, podemos visualizar o desempenho da curva de juros com os vencimentos de 2022 a 2031 ao longo da última semana.
Por fim, nas últimas semanas o real vem apresentando um desempenho bastante positivo, refletindo a melhora no cenário político e fiscal brasileiro, os avanços relacionados à vacinação, além do cenário de evolução na taxa de juros (o que deixa o real mais atrativo). Na imagem abaixo, podemos visualizar que a moeda brasileira registrou um desempenho bastante superior aos pares emergentes na última semana.