Cenário macroeconômico – Retrospectiva 2022 e perspectivas para 2023

A grande tema de 2022 no mundo foi inflação. Os principais bancos centrais do mundo elevaram a taxa de juros com intuito combater a elevação de preços, mas nem todos conseguiram obter sucesso na estratégia de política monetária. Nesse contexto, a grande dúvida de 2023 será qual patamar de taxa de juros os bancos centrais pelo mundo vão buscar. No Brasil, sabemos que grande parte do trabalho de política monetária já foi realizado, mas eventos recentes como a PEC da Transição impulsionaram os riscos fiscais e as expectativas do mercado em relação aos juros de 2023 mudaram. 

Nos Estados Unidos, o ano de 2022 iniciou com o mercado projetando uma taxa de juros de cerca de 2%, mas atualmente já estamos falando de algo em torno de 5%. Esse é um dos ciclos mais agressivos de alta de juros no país. Na Europa, a guerra no Leste Europeu vem ditando o ritmo da economia e dos ativos. Na China, os últimos dados de atividade econômica do varejo e da indústria apontam para uma desaceleração, refletindo as dificuldades do país em realizar uma reabertura total da economia desde o início da pandemia. 

Voltando para o cenário interno, após a inflação atingir o patamar de 12% no acumulado em 12 meses em meados de abril, o banco central brasileiro precisou elevar a taxa Selic para 13,75%. Antes da eleição, a discussão do mercado era sobre a possibilidade de uma redução na taxa de juros em meados de julho de 2023, entretanto, com a discussão de PEC de Transição do governo eleito, o cenário mudou. As últimas notícias em relação a PEC com a limitação de 1 ano para os gastos animaram um pouco o mercado, mas o cenário ainda é bastante incerto. Se a trajetória da dívida pública brasileira nos próximos anos não for bem endereçada, corremos o risco de ver uma nova alta na taxa de juros em 2023.

Esse cenário seria extremamente negativo para ações do setor de consumo, construção civil e tecnologia. Sabemos que algumas empresas desses setores apresentaram queda de até 80% nos últimos anos, e podem estar extremamente baratas atualmente. Por outro lado, um aprendizado importante na bolsa é de que sempre há espaço para uma empresa muito barata ficar ainda mais barata.  Caso a questão fiscal seja bem endereçada, ativos desses setores podem ter uma valorização bastante expressiva em um curto espaço de tempo. 

Em relação à atividade econômica, o Brasil surpreendeu positivamente em termos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que deve crescer cerca de 3,0% em 2022. Em conjunto, a taxa de desemprego também foi um indicador que registrou trajetória positiva ao longo do ano. Para 2023, esperamos um baixo crescimento para atividade econômica brasileira, refletindo os efeitos da alta taxa de juros na economia e o endividamento das famílias.

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@lucaslima.mf

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