Foram divulgados no dia 14 de fevereiro os dados de inflação dos Estados Unidos – Consumer Price Index (CPI) – do mês de janeiro. Foi registrada uma alta de 0,5%, em linha com as expectativas que eram de aumento de 0,4%. Entretanto, o valor foi consideravelmente acima do registrado em janeiro de 2021 (+0,1%).
Com isso, a inflação acumulada para os últimos 12 meses é de 6,4%, 0,2 pontos percentuais acima do esperado, principalmente devido à correção divulgada da inflação do mês de dezembro, que saiu de -0,1% para +0,1%. Para o core CPI, que desconsidera os aumentos de alimentação e energia, foi registrado para o mês de janeiro um aumento de 0,4%. Com isso, o acumulado é de +5,6%.
A imagem abaixo ilustra o CPI acumulado dos últimos 12 meses, a alta no preço de alimentos, de energia e, por fim, do core CPI.
Caso você tenha interesse em saber em detalhes sobre o índice d CPI, acesse este link.
Os itens de maior contribuição para a inflação nos últimos 12 meses foram:
- Combustível: +27,2%;
- Gás natural: +26,7%;
- Transporte: +14,6%;
- Eletricidade: +11,9%;
- Alimentação em casa: +11,3%;
- Alimentação fora de casa: +8,2%;
- Moradia: +7,9%;
- Carros novos: +5,8%
- Planos de saúde: +3,0%
- Gasolina: +1,5%;
- Carros usados: -11,6%.
Mesmo com um aumento próximo do esperado pelo consenso de mercado, esses dados quebram de certa forma o ritmo de queda que estávamos verificando nos últimos 3 meses. Pois indica que o processo inflacionário é ainda persistente e tem cedido de forma mais lenta que a esperada pelo FED.
E duas razões importantes para que a inflação se mantenha alta são a alta do preço de moradias, que acumula alta de 7,9%, sendo que este item tem peso de quase 60% no índice do CPI. Outra razão é o mercado de trabalho aquecido. O baixo índice de desemprego e pressões por salários cada vez maiores, plantam novas sementes inflacionárias.
Somando estes dados com o payroll divulgado na semana anterior, a frase dita por Powell segue reforçada: há muito trabalho ainda a ser feito para o controle da inflação, pois o seu atual patamar está consideravelmente acima da meta de 2%.
Ou seja, uma taxa de juros terminal acima de 5% já é realidade. Apesar de tudo isso, o mercado segue sonhando com o soft landing.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682