Nos últimos dias a cotação do dólar disparou, devido a incerteza, e saiu de aproximadamente R$5,00 para quase R$5,30 e isso, naturalmente, deixou os investidores com dúvidas.
O que fazer agora com seus investimentos? O dólar atingiu sua máxima? Como investir com este cenário?
Mas antes de pensarmos em sua carteira, podemos elencar alguns fatores que fizeram com que o dólar se valorizasse nos últimos dias.
Os principais motivos são por razões externas, sendo destaque a tensão entre Irã e Israel, após o ataque iraniano no último sábado. Além disso, os dados econômicos dos Estados Unidos seguem indicando que a economia segue resiliente. Ontem foram divulgados dados do varejo que novamente vieram acima das expectativas. Com isso, o cenário de juros mais altos por mais tempo segue firme. Pois ainda não é possível termos certeza de quando o Federal Reserve poderá realizar o primeiro corte nos juros.
Dessa forma, pelo fato dos juros americanos estarem atualmente em um patamar mais interessante somado ao risco de que o conflito no Oriente Médio continue por mais tempo, com possibilidade de escalar, os investidores buscam proteção. Este é o movimento de “fly to quality”.
Além disso, o noticiário recente do Brasil de que o cenário fiscal seguirá delicado. Devido a revisão da meta fiscal para 2025, aumenta a volatilidade da cotação do dólar. Ou seja, temos percebido dois movimentos. Tanto de valorização do dólar em relação a várias moedas e de desvalorização do real em face ao cenário interno. Isso justifica porque o real tem tido uma das piores performances relativas no ano. Com desvalorização maior do que a de diversas outras moedas, tais como o peso mexicano e moedas de diversos países asiáticos.
É possível ver o dólar abaixo de R$5?
No curto prazo é difícil estimar o preço do dólar, pois diversas variáveis contribuem para sua valorização e/ou desvalorização. Caso o conflito do Oriente Médio não se escale, sendo este o cenário base atual, pode ser que o dólar se mantenha no atual patamar por mais tempo, sendo que ele deve retornar para um patamar mais próximo de R$5 ao longo do tempo. Mas tudo indica que este movimento não seja tão rápido como foi este curto ciclo de valorização do dólar.
Caso o conflito se estenda por mais tempo do que o previsto e que o cenário fiscal interno se mantenha incerto, o dólar tende a permanecer mais alto.
É hora de investir no exterior?
Acredito que sempre é momento para que o investidor busque investir no exterior. Seja pela alocação em um mercado mais forte e mais robusto, seja pela redução do risco-país de sua carteira.
Os movimentos de preço da cotação do dólar são bem característicos, pois sua alta usualmente é rápida e as quedas são realizadas de forma mais gradual. Uma alternativa é o investidor dividir as remessas para exterior para fazer um preço médio mais interessante, pois é bastante improvável que alguém vá acertar o melhor momento de compra.
Seguir seu plano de investimentos é o caminho mais indicado para o investidor de longo prazo, pois as narrativas mudam a todo momento, sendo que a carteira não deve ser alterada de forma recorrente, salvo em mudanças de realidade do investidor.
O que fazer com investimentos?
Em momentos de alta volatilidade, como tem sido nos últimos dias, é sempre importante que os investidores relembrem seu planejamento financeiro e respeite o percentual de alocação definido.
Caso com a queda dos ativos de renda variável esta classe de ativos tenha se descolado da meta, pode ser interessante realizar o rebalanceamento da carteira. Além disso, os títulos públicos indexados a inflação estão em um patamar que historicamente traz bons resultados para o investidor de longo prazo
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682