Os últimos dias têm sido de bastante turbulência para a bolsa brasileira, refletindo a mudança do regime fiscal para financiar o novo Auxílio Brasil.
Com isso, o Ibovespa apresentou o menor patamar em quase 1 ano, o dólar se aproxima de R$ 5,70 e os juros futuros estão na casa de dois dígitos.
A notícia mais recente que vem causando incômodo aos investidores está relacionada a alternativa para resolver o cenário, que basicamente é uma contabilidade criativa para justificar o rompimento do teto de gastos.
A alternativa encontrada foi ajustar o período da indexação via inflação (IPCA), de junho a julho para janeiro a dezembro, sendo retroativo a 2016.
Com esse movimento, abriria artificialmente um espaço no teto de gastos para gastar aproximadamente R$ 40 bilhões, além de outros montantes oriundos dos precatórios, totalizando algo em torno de R$ 83 bilhões.
Com esse drible no teto de gastos, o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bitterncourt, além dos adjuntos, Gildenora Dantas e Rafael Araújo, pediram demissão na noite desta quinta-feira (21).
O ministro Paulo Guedes, está avaliando indicador Esteves Colnago para assumir a cadeira de secretário especial do Tesouro e Orçamento, o que acreditamos ser um bom nome para o mercado financeiro.
Por fim, vale destacar que o cenário atual de incerteza fiscal e turbulência política, deve fazer com que o Banco Central eleve a taxa de juros para um patamar acima das expectativas do mercado.
Atualmente, algumas projeções de mercado sinalizam que a taxa Selic pode atingir 10% em meados de 2022, alinhado com um crescimento bastante baixo do PIB (~1%).