Nessa reta final de campanha, a candidatura petista tem feito diversos acenos a uma importante parcela do eleitorado brasileiro: os evangélicos. Como se sabe, há uma forte rejeição a Lula por parte desse segmento da população, que, de maneira geral, tende a ser pró-governo. Por outro lado, o presidente Bolsonaro defende há anos uma agenda de costumes conservadora e religiosa que é muito cara a essa relevante parcela da sociedade brasileira.
Vale apontar que, de acordo com a última pesquisa da Datafolha, divulgada na quarta-feira, dia 19 de outubro, Bolsonaro lidera com folga no eleitorado evangélico, com 66% das intenções de voto ao que passo que Lula apareceu com 28%. É necessário ponderar, contudo, que Lula é preferido por 58% dos católicos ao passo que o atual mandatário tem 37% das intenções de voto.
Para contornar essa situação e tentar angariar mais votos no segmento, Lula na última quarta-feira, dia 19 de outubro, lançou a “Carta aos Evangélicos” em que defendeu liberdade religiosa e separação entre Igreja e Estado. A finalidade da declaração é pacificar alguns temas caros a essa parcela da população, posicionando-se contra o aborto e as drogas, entre outros assuntos. Além disso, a carta também tem o objetivo de diminuir a dificuldade que lulistas evangélicos têm para fazer campanha em suas comunidades.
No evento, o candidato petista exaltou o compromisso com a liberdade de culto e de religião no Brasil e rebateu algumas notícias veiculadas pela campanha bolsonarista como a que, em caso de sua eleição, fecharia os templos, por exemplo. Apontou também alguns feitos realizados durante os seus governos, relembrando a aprovação de leis e decretos favoráveis à liberdade religiosa, com destaque para a reforma do Código Civil, que assegurou a liberdade religiosa no Brasil e o decreto que criou o dia da Marcha para Jesus, além do Dia Nacional dos Evangélicos.
O documento assinado por Lula também fala em “fortalecer as famílias” e reafirma o compromisso com “com a vida plena em todas as suas fases”. “Para mim a vida é sagrada, obra das mãos do Criador e meu compromisso sempre foi e será com sua proteção. Sou pessoalmente contra o aborto e lembro a todos e todas que este não é um tema a ser decidido pelo Presidente da República e sim pelo Congresso Nacional”, defendeu o candidato.
Apesar de Lula ter se comprometido com pautas e valores do segmento, ainda não está claro até o momento se a estratégia realmente renderá dividendos eleitorais à chapa Lula – Alckmin, o que poderá ser inferido na próxima e última rodada de pesquisas.
Inicialmente, Lula não queria realizar o movimento, já que temia que outros setores da sociedade também reivindicassem uma carta de compromissos. A estratégia inical da candidatura petista era evitar a pauta de costumes, tema onde Bolsonaro mobiliza mais o eleitorado, e focar em economia e assistência social, porém o ex-presidente foi convencido a favor da carta por aliados importantes, entre os quais podemos citar a ex-presidenciável Simone Tebet.
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Milton Rabelo
Cientista político e analista CNPI 2444