Diante dos resultados aquém das expectativas já há alguns trimestres, o Bradesco elaborou nos últimos meses um plano estratégico, divulgado ontem ao mercado, que guiará a instituição que objetiva retomar sua alta rentabilidade histórica e aumentar sua participação de mercado de crédito na economia brasileira.
Classificado como denso e ambicioso pelo CEO Marcelo Noronha, é possível elencar alguns dos seus pontos:
1. Criação de uma nova divisão de negócios para clientes com renda mensal a partir de R$ 25 mil, a ser intermediária entre o Prime e o segmento Private;
Atualmente, o Prime possui apenas uma segmentação, para quem ganha a partir de R$8 mil, e o Bradesco espera aumentar sua participação nesse mercado, que conta com 1,7 milhão de clientes. Vale ressaltar que a nova categoria a ser criada vai ficar acima do Bradesco Prime, que vigora hoje.
Do ponto de vista de marcas, por enquanto não está programada nenhuma mudança, o que indica que o Bradesco vai seguir apostando nos bancos digitais Next, Digio e na corretora Ágora separadamente.
2. Redução das faixas de hierarquia e do número de diretores;
O banco informou que a nova estrutura organizacional prevê redução de níveis hierárquicos, com maior autonomia dos executivos, visando menor complexidade e mais agilidade na tomada de decisão. Isso pode ser muito interessante para o aperfeiçoamento da estrutura decisória do Bradesco, considerada exageradamente rígida e burocrática, e deve gerar mais fluidez na comunicação interna.
Além disso, a estrutura do banco vai passar a contar com seis unidades de negócios — atacado, wealth, varejo, negócios digitais, crédito e tesouraria e pesquisas econômicas.
Vale apontar também que o banco reduziu de seis para três os níveis hierárquicos da área executiva, para tornar a gestão mais eficiente
3. Contratação de 3 mil a 4 mil profissionais de tecnologia;
O CEO informou que irá acelerar a migração da infraestrutura do banco para sistemas de computação em nuvem e aumentar o uso de inteligência artificial no crédito.
Do ponto de vista da organização, uma grande mudança será a criação de uma área de negócios digitais separada do varejo. Aliás, o vice-presidente que vai cuidar dessa nova unidade virá de fora da Cidade de Deus. Dessa forma, o novo CEO sinalizou a intenção de aumentar os gastos em tecnologia.
Outras metas traçadas pelo plano incluem intensificar a migração de processos para o ambiente em nuvem, expandir investimentos em tecnologia e incluir serviços com Inteligência Artificial (IA).
4. Abertura em 2024 de 102 agências especializadas no atendimento a pequenas e médias empresas;
De acordo com a gestão, a meta é elevar a base de clientes no segmento de 1,7 milhão para até 2,5 milhões em cinco anos. Além disso, essas agências específicas serão criadas para as empresas pequenas e médias, com faturamento anual de até R$50 milhões. Um dos passos dados para fortalecer este segmento é a Oferta de Aquisição de Ações (OPA), da Cielo, que pode fechar o capital da empresa. A meta é de elevar a participação no crédito, dos atuais 14% do mercado, para 15% a 19%.
5. Implementação de novo modelo de remuneração de executivos, com maior ênfase na modalidade variável;
6. Por fim, em relação à eficiência operacional, a meta é reduzir o indicador ao redor de 8% em cinco anos.
Por fim, destaca-se que o plano é muito positivo, porém não especifica metas ou prazos. E o CEO Marcelo Noronha sinalizou que todas as iniciativas serão executadas ao mesmo tempo.
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Analista CNPI 2444