Há duas semanas a gigante petrolífera ExxonMobil anunciou um acordo avaliado em US$60 bilhões para adquirir a Pioneer Natural Resources, companhia do setor que controla uma das maiores reservas de xisto no Texas. Dessa forma, o acordo bilionário é uma das maiores operações do setor de petróleo e gás dos últimos 20 anos, formando uma gigante no setor de exploração de petróleo e de xisto betuminoso. De acordo com a ExxonMobil, serão pagos US$253 por ação e, dessa forma, cada acionista da Pioneer receberá 2,23 ações da ExxonMobil por ação. Para colocar em perspectiva, a fusão entre a Exxon e a Mobil no final da década de 90 movimentou aproximadamente US$75 bilhões. Porém, a Chevron, uma de suas principais concorrentes, não quis ficar para trás.
Áreas da Exxon e da Pioneer na Bacia Permiana. Em azul, áreas da Exxon. Em rosa, áreas da Pioneer.
O anúncio da Chevron Corporation
A Chevron Corporation anunciou uma megafusão. A companhia pagará US$53 bilhões em ações pela aquisição da Hess, em uma relação de troca de 1,025 de suas ações por cada ação da Hess. A Hess Corporation é uma empresa petrolífera norte-americana que opera na exploração e produção de petróleo e gás natural. Ela surgiu após a fusão entre a Hess Oil & Chemical e a Amerada Petroleum em 1968.
A conclusão da aquisição da Hess é esperada para o primeiro semestre de 2024.
Tanto a Chevron quanto a ExxonMobil sinalizam, com esses anúncios, a confiança na resiliência do mercado de petróleo para as próximas décadas. Isso em um movimento oposto ao verificado entre as gigantes do setor europeias, como Royal Dutch Shell e British Petroleum, que têm apostado fortemente em energias renováveis. O CEO da Chevron, Mike Wirth, afirmou que é “necessário alocar capital para suprir demandas do mundo real”, questionando a afirmação da Agência Internacional de Energia de que a demanda por petróleo deve atingir seu pico ainda nesta década.”
Sendo assim, um novo cenário se consolida: do lado norte-americano, a aposta no crescimento da demanda por petróleo ao longo das próximas décadas. Enquanto isso, do lado europeu, a crença de que as energias renováveis devem assumir um papel cada vez mais relevante.