Evergrande: versão chinesa do Lehman Brothers?

Os investidores pelo mundo estão bastante preocupados com a imobiliária chinesa Evergrande nos últimos dias, uma das empresas mais endividadas do mundo com US$ 300 bilhões de dólares de dívida.

Em 2018, o Banco Central da China elaborou uma lista de empresas que podem representar riscos sistêmicos, e a Evergrande estava próxima do topo dessa lista. 

A companhia possui passivos que envolvem mais de 128 Bancos e 121 instituições não-bancárias. Portanto, um problema de liquidez na Evergrande pode ocasionar um efeito em cadeia prejudicando diversos bancos, empresas, fornecedores e clientes.

Além disso, poderia ocorrer um impacto relevante no mercado de trabalho, visto que a companhia é uma grande empregadora, com mais de 200 mil funcionários e cerca de 3,8 milhões de pessoas contratadas todos os anos.

Esse evento ocorre em meio a um movimento regulatório bastante forte do governo chinês contra empresas de tecnologia e setor educacional com fins lucrativos, o que deixa os investidores mais preocupados.

Vale destacar que o mercado imobiliário é um dos principais motores do crescimento da China, sendo responsável por 29% da atividade econômica, ou seja, uma falência desse porte ocasionaria grandes impactos. 

A grande dúvida do mercado é se o governo chinês irá intervir e tentar “salvar” a Evergrande.

Primeiramente, vale lembrar que há muitas instituições financeiras estatais envolvidas com a companhia, sendo uma possibilidade o governo intervir indiretamente por meio desses canais. 

Além disso, não há dúvidas que o governo chinês preza bastante pela estabilidade social, credibilidade e confiança, que poderia ser rompida em um caso de falência tão relevante.

Por esse motivo, acreditamos que há grandes chances do governo chinês intervir de alguma maneira e amenizar o caso. 

Apesar de ser um caso bastante relevante, uma possível falência da Evergrande não pode ser comparada com o caso da Lehman Brothers na crise de 2008, uma vez que não se espera um congelamento do mercado financeiro mundial como aconteceu naquela época.

Portanto, principalmente pelo fato da Evergrande não ser uma instituição financeira, o efeito sistêmico é baixo. Vale lembrar também que a Lehman possuía o dobro do passivo da Evergrande em 2008.

Por fim, caso ocorra algum movimento mais negativo em relação a Evergrande, o impacto no Brasil não pode ser desconsiderado.

Isso porque a China é um parceiro comercial bastante relevante para o país, sendo responsável por 30% do destino das exportações brasileiras. Com isso, uma falência da Evergrande poderia impactar fortemente as empresas que produzem commodities como Soja e Minério de Ferro.

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