Consenso ainda é a palavra-chave – mas não por muito tempo. Na última ata do FOMC, os diretores do Federal Reserve, banco central dos EUA, mostraram bastante preocupação em reduzir juros muito cedo, destacando preocupações quanto à inflação. Embora a ata do FOMC mencione que “a maioria dos participantes têm reconhecido os riscos de agir rapidamente para aliviar a postura da política”. Assim, cita também que “os participantes destacaram a incerteza associada quanto tempo uma postura restritiva [agressiva] da política monetária precisaria ser mantida”.
Ao que tudo indica, teremos a manutenção dos juros no atual intervalo de 5,25% a 5,25%. O CME FedWatch Tool, que procura quantificar as expectativas dos agentes econômicos, atribui uma probabilidade de manutenção na próxima reunião da quarta-feira (20/03) de 99%. Para o encontro de 01/05, a probabilidade de manutenção é de 91,3%. O mercado ainda se encontra bastante dividido sobre a decisão de juros de 12/06 – 50,7% de probabilidade de corte (para um intervalo entre 5,00% e 5,25%) e 44,8% de probabilidade de manutenção. A probabilidade precificada de um corte agressivo para a faixa entre 4,75% e 5% é de 4,4%.
Decisão de corte
Se no curto prazo as coisas já parecem mais claras, com duas prováveis decisões de manutenção “contratadas” (em março e maio) seguido de uma decisão de corte (em junho), o caminho da política monetária a longo prazo ainda persiste obscuro. Em dezembro de 2023, o dot plot do Federal Reserve sugeriu um consenso entre diretores do Fed para três cortes durante 2024. Assim, sendo o primeiro sinal de que o Fed estaria preparado para relaxar a política monetária. Na quarta-feira (20/03) teremos a divulgação de um novo dot plot que, sem dúvida, é a informação mais aguardada pelo mercado após a decisão da taxa de juros.
Estaria a inflação, que chegou a atingir 9,1% durante 2022, finalmente sob controle?