O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) apresentou uma variação de 0,60% em junho, ante 4,10% no mês anterior, ficando bastante abaixo da expectativa do mercado que esperava uma alta de 1,00%. Vale destacar que as estimativas oscilavam entre 0,76% e 2,15%. Com este resultado o índice acumula alta de 15,08% no ano e de 35,75% em 12 meses.
Taxas de variação em 12 meses do IGP-M e seus componentes
Fonte: FGV. Elaboração: VG Research
O resultado é reflexo da valorização do real e a queda dos preços em dólar de commodities, o que impactou diretamente o grupo de matérias-primas brutas do IPA, que registrou queda de 1,28% em junho (vs. +10,15% em maio).
Contribuíram para o recuo da taxa do grupo os seguintes itens: minério de ferro (20,64% para -3,04%), soja em grão (3,74% para -4,71%) e milho em grão (10,48% para -5,50%). Em sentido oposto, o destaque ficou para os itens leite in natura (1,24% para 6,20%), bovinos (0,41% para 1,19%) e aves (3,82% para 4,96%).
Portanto, podemos visualizar que após vários meses surpreendendo negativamente o mercado, o IGP-M apresentou uma variação abaixo das expectativas. Em conjunto, vale destacar a possibilidade do índice registrar deflação a partir de julho, uma vez que a valorização do real e queda dos preços de commodities em dólares são as principais variáveis para sustentar o movimento.
Por fim, apesar do melhor cenário para o IGP-M nos próximos meses, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou, nesta quarta-feira (29), um reajuste de 52% na bandeira vermelha a partir de julho. Além disso, existe uma possibilidade de um novo aumento no mês de agosto por conta dos riscos da crise hídrica. Esse movimento pressiona bastante o índice de inflação (IPCA) no curto prazo.