Em fato relevante, tanto o Banco Inter quanto o Bmg comunicaram aos seus acionistas e ao mercado em geral, em continuidade ao Comunicado ao Mercado publicado dia 28 de maio de 2024, que foi concluída a compra da totalidade da participação acionária detida pelo Banco Bmg, representativas de 50% do capital social, na Granito Instituição de Pagamento S.A. Com a conclusão da Operação, o Inter passou a deter 100% das ações de emissão da Granito.
De acordo com o fato relevante, o preço total da Operação é de R$ 110 milhões. O qual será ajustado pela variação de 100% do CDI, desde o dia 28 de maio até a data do fechamento da operação. Quando haverá o pagamento à vista.
De acordo com o Inter, a operação faz parte da estratégia do Inter de aproveitar o crescimento do mercado de pequenas e médias empresas. Por meio da combinação de tecnologia proprietária, oferecer soluções mais completas para os clientes do Inter e da Granito.
Já de acordo com a gestão do Bmg, a operação faz parte da estratégia do banco de concentrar esforços na execução das suas principais linhas de negócio. Com o objetivo de crescer e gerar resultados sustentáveis aos seus acionistas e demais stakeholders.
Como foram os últimos resultados do Inter?
No 1T24, o Inter alcançou um lucro líquido de R$195 milhões. Representando um crescimento impressionante de 706,2% em comparação aos R$24 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior. Esse resultado expressivo se deve a três principais fatores:
- Reprecificação da carteira antiga do banco: A substituição de empréstimos antigos por novos, com taxas mais altas.
- Entrada de uma nova carteira a taxas mais altas: A nova carteira de empréstimos contribuiu para uma receita maior.
- Queda da Selic: A redução da taxa Selic ajudou a diminuir o custo de funding, aumentando o spread.
Por sua vez, o retorno sobre o patrimônio líquido atingiu 9,7% no 1T24, elevação anual de 8,3%. Vale apontar que o patrimônio líquido do Inter atingiu R$8,5 bilhões no primeiro trimestre de 2024. Um incremento de 19,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já a receita líquida somou R$1,401 bilhão no primeiro trimestre deste ano, crescimento de 36,8% na comparação com igual etapa de 2023. De acordo com o Inter, a forte performance foi impulsionada pelo crescimento de NII. Isso, devido a melhorias na composição da carteira de empréstimos, efeitos positivos da precificação de carteiras imobiliárias e pessoais, além da redução da taxa Selic.
Vale apontar que o Inter aumentou sua carteira de crédito em 3% no trimestre na comparação sequencial, para R$32,1 bilhões. O que sinaliza uma desaceleração em relação ao trimestre anterior, quando a carteira cresceu 8%. Essa perda de ritmo teve a ver com a carteira de empréstimos para empresas, uma vez que caiu 10% no trimestre, e com a carteira de consignado, que teve estabilidade.
Desempenho da Carteira de Empréstimos
Num período sazonalmente mais pressionado após os gastos do fim de ano, a inadimplência da carteira subiu de 4,6% para 4,8% considerando os atrasos em 90 dias – menor que o avanço de 30 pontos-base verificado no primeiro trimestre do ano passado. “Considerando a safra de crédito, essa está bem melhor do que a que verificamos em 2020, 2021 e 2022”, aponta o CFO, acrescentando que o efeito é fruto de um mix mudança de portfólio e do ciclo de crédito começando a melhorar.
Um dado monitorado de perto nos bancos digitais, a receita média por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês) terminou o primeiro trimestre em R$45,2, baixa de 1,7% na base anual. Já o custo de aquisição do cliente (CAC) fechou o trimestre em R$28,9 ante R$29,8 de um ano antes.
Vale apontar também que o volume de vendas brutas no Inter Shop totalizou R$994 bilhões no 1T24, uma elevação de 19,8% em relação a um ano antes.
Além disso, a instituição encerrou o primeiro trimestre com 31,7 milhões de clientes ativos, um avanço de 20,7% sobre a base de clientes ativos do mesmo período de 2023. Além disso, a instituição afirmou ainda que adicionou 1 milhão de clientes ativos à sua base, elevando o total para 17,4 milhões.
Por fim, as despesas ficaram em R$618 milhões — o mesmo patamar do tri anterior e praticamente o mesmo nível de despesas do quarto tri de 2021 (R$603 milhões), quando a receita do banco era muito menor. Diante disso, houve uma evolução no índice de eficiência, que caiu de 51,4% para 47,7%.
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Milton Rabelo
Analista CNPI 2444