A queda nos juros americanos e seu efeito no dividend yield

Com a movimentação na curva dos juros americanos, principalmente para os juros do título de dívida de 10 anos, é natural que ocorra uma movimentação inversa no preço dos ativos, ou seja, se os juros sobem os preços tendem a cair e caso os juros caiam, como ocorreu entre novembro e dezembro, os ativos se valorizam.

Pensando no investidor que deseja receber dividendos em dólar, qual a influência no dividend yield dos ativos?

Quando os juros nos EUA começaram a cair de fato, os DY podem subir?

É importante avaliar as expectativas do mercado com relação aos juros e quando de fato o Fed anunciará os cortes. Como o mercado busca se antecipar aos movimentos do Banco Central, a depender da sua narrativa, os juros futuros se ajustam de acordo com a nova expectativa.

Um exemplo é a expectativa criada ao longo dos meses de novembro e dezembro para um primeiro corte no mês de março. Com isso, os juros dos títulos de 10 anos caíram, as ações se valorizaram e o DY dos ativos caíram.

Caso um corte não aconteça em março, o mercado irá se ajustar para uma nova narrativa. Provavelmente, com alguma queda nos preços e, consequentemente, aumento no DY.

Dessa forma, quando os juros caem, os ativos tendem a se valorizar e o DY reduz, pois o custo de oportunidade será menor.

Quando o investidor opta por ações que paguem mais dividendos, ele deve também considerar o potencial de valorização delas?

Além da procura por empresas que paguem bons dividendos, é importante avaliar a capacidade que a companhia tem de aumentar estes pagamentos ao longo dos anos. O mercado norte-americano preza muito pela manutenção nos dividendos e que, de preferência, cresçam acima da inflação.

Dessa forma, o investidor deve considerar o potencial de valorização também, pois empresas que possuem dividendos saudáveis usualmente possuem menor volatilidade no preço de suas ações. 

Ademais, comprar companhias apenas por possuírem altos DY pode ser arriscado, pois um elevado DY indica maior risco. Um exemplo recente foi a Walgreens (NYSE: WBA), que possuía um alto DY que não se mostrou sustentável. Com isso, foi anunciado um corte de quase 50% nos dividendos.

Além disso, ela apresenta queda de 37% em 12 meses, ou seja, nem mesmo o alto dividendo pago compensou a queda das ações.

Entre as empresas da lista, algum setor deve ser priorizado na hora da montagem da carteira?

A diversificação entre setores tende a ser mais positiva para a carteira, entretanto, para o investidor que prioriza empresas que pagam bons dividendos o setor de utilities, tais como empresas do setor de energia, pode ser interessante. Além disso, os REITs tendem a se beneficiar deste provável movimento de queda nos juros.

Para maiores dúvidas e esclarecimentos conte com o time da VG Research, siga a gente nas nossas redes.

Guilherme Morais

Analista CNPI 2682

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