A cúpula do clima COP27, que está acontecendo entre os dias 6 a 18 de novembro, é uma oportunidade para intensificar as discussões sobre as mudanças climáticos e discutir parcerias entre o setor privado, governos e investidores para operacionalizar totalmente o Acordo de Paris que tem como meta limitar o aquecimento global a 1,5˚C.
Este trabalho é crítico, mas a escala de capital necessária para a transição é significativa. Neste artigo, baseado em um texto da MorningStar, vamos avaliar a evolução de algumas das opções disponíveis para os investidores que procuram ter em carteira ativos que, além de dar bons retornos, ajudam a financiar a transição para uma economia de baixo carbono.
Segundo Mark Carney, enviado especial da ONU para a ação climática e ex-governador do Banco da Inglaterra, a mudança para a rede zero de carbono é a “maior oportunidade comercial de nosso tempo”. No entanto, essa transição também significa que os investidores devem tomar medidas para proteger seus portfólios dos riscos climáticos: alguns investimentos ficarão em desvantagem nesta transição para zero carbono, enquanto outros se encontrarão vulneráveis a riscos físicos de eventos extremos causados pelas mudanças climáticas. O principal exemplo são as empresas que tem como maior fonte de receita as vindas de combustíveis fósseis, como o petróleo.
Com isso, os investidores têm um número crescente de opções para investir em oportunidades relacionadas às mudanças climáticas, bem como para mitigar o risco climático em seus portfólios. Sendo que o menu de opções para investidores focados no clima em todo o mundo expandiu significativamente durante os primeiros nove meses de 2022.
O número de fundos mútuos e fundos negociados nas bolsas norte-americana focados em um tema relacionado ao clima atingiu um recorde de 1.140 no final de setembro, em comparação com 860 fundos no final do ano passado.
Sem surpresa, dado o seu maior compromisso com uma agenda climática, a Europa continua a ser o maior e mais diversificado mercado de fundos climáticos. A China é o segundo maior mercado de fundos climáticos, tendo ultrapassado os Estados Unidos no ano passado.
Vale a pena para o investidor brasileiro?
A escolha de um tipo em detrimento a outro depende em grande parte dos objetivos de investimento do investidor e sua aversão a risco. Mas alguns tipo de investimentos podem ser avaliados por quem deseja entra na “onda ESG”.
No mercado norte-americano há diversos fundos ativos e passivos que tem como objetivo investir em ativos que aproveitam esta transição da economia de baixo carbono. Os principais tipos de fundos americanos são os Low Carbon, Climate Conscious, Green Bons, Climate Solutions e Clean Energy/Tech.
A forma mais simples de investimento é através dos ETF, caso você tenha alguma dúvida sobre este tipo de investimento, acesso este artigo para saber mais a respeito. (TEXTO ETF) Os principais fundos listados em bolsa são os indicados na tabela abaixo. O destaque é o iShares S&P Global Clean Energy Index ETF, cujo ticker de negociação é o ICLN. Seu valor de mercado atualmente é próximo de US$5 bilhões.
Outra forma é buscar de forma ativa empresas que já estão trabalhando neste tipo de abordagem, por exemplo, empresas do setor de energia que estão diminuindo a utilização de combustíveis fósseis. Neste ponto o Brasil é destaque, pois como a matriz energética é baseada em energia hidráulica, o investidor brasileiro já tem acesso a empresas que já emitem pouco carbono.
Performance
Os fundos climáticos não ficaram imunes ao ambiente macroeconômico desafiador, mas exibiram resiliência, em conjunto. Para contextualizar, os ativos de fundos globais encolheram 24% em termos de dólares nos primeiros nove meses do ano, em linha com as quedas das principais bolsas americanas, como o S&P e Nasdaq.
Conclusão
À medida que a pauta ESG avança, mais opções de investimentos são criadas para o investidor. Apesar da crise energética na Europa, devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, investidores com foco no longo prazo terão cada vez mais oportunidades para incluir em sua carteira de investimentos.
Tudo indica que este movimento não tem mais volta, ou seja, esta pauta deverá fazer parte dos assuntos mais comentados do mundo, assim como será para os investidores.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682