O dólar norte-americano tem se valorizado em relação aos seus pares globais, como o euro, iene, libra, dólar canadense, franco suíço e coroa sueca. Na semana passada o dólar atingiu a sua maior alta desde 2002, com o Dollar Index atingindo 109,22 pontos. O dólar tem negociado em paridade ou próximo da paridade com o euro por mais de duas semanas. Quais as implicações disto?
Um dólar globalmente mais forte possui implicações relevantes para a inflação nacional (norte-americana) e internacional, assim como para o desempenho das empresas norte-americanas que fazem negócios fora do país:
- Um dólar mais forte tende a ser favorável para o consumidor médio norte-americano, favorecendo a importação de produtos a um menor custo. Por essa razão, alguns nomes do governo Biden têm alegado que uma “moeda forte” pode ajudar a reduzir a inflação. Alguns alegam que o impacto não é relevante, mas dado o peso das importações na economia norte-americana, não se trata de algo trivial. Porém, é importante ressaltar que a maior parte da inflação deriva de outros componentes, como moradia, energia e alimentação.
- Mercados emergentes tendem a sofrer com um dólar mais forte. O dólar mais alto eleva os preços das importações, tornando a espiral inflacionária ainda pior. Além disso, muitos países [principalmente os mais pobres] não conseguem tomar dívida em sua própria moeda e, por essa razão, emitem dívida em dólar. Um dólar mais caro implica em uma dívida mais cara, gerando algumas preocupações para alguns países com maior endividamento nesta moeda.
Um dólar forte tende a prejudicar os resultados das companhias norte-americanas, principalmente as mais expostas internacionalmente. O impacto negativo se dá pelo efeito nas receitas – se as empresas mantêm os seus preços nos mercados internacionais, cotados na moeda local (como R$, por exemplo), existe uma perda na conversão entre moeda local e dólar. Para reduzir esta perda, seriam possibilidades: i) aumentar as vendas, mantendo o preço ou; ii) aumentar os preços na moeda local, o que poderia causar uma queda na demanda e fortalecer a busca por competidores locais, que se tornariam mais interessantes. No geral, com um dólar forte verificamos um impacto negativo nas receitas e nas margens. No cenário macro, a demanda global por produtos norte-americanos pode enfraquecer caso este cenário persista. Aproximadamente 29% das receitas das empresas do S&P500 se originam fora dos Estados Unidos.
Em resumo, menor pressão inflacionária nos Estados Unidos, redução das exportações e queda nas receitas (principalmente das empresas mais expostas globalmente) são algumas das implicações de um dólar mais forte globalmente. Esta tendência de um dólar mais forte tende a continuar, visto que taxas de juros mais altas e expectativas de uma possível recessão na Europa tendem a aumentar o interesse de investidores estrangeiros pela moeda, aumentando a demanda por dólar. A figura do “sorriso do dólar” aparece novamente – desta vez, pela apreciação do dólar em função do aumento da aversão ao risco global.
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Lucas Schwarz