Conforme o esperado, as varejistas apresentaram resultados pressionados pelo cenário macroeconômico atual. Olhando para as empresas de e-commerce, o principal destaque negativo foi da Americanas (AMER3), seguida da Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3). A Americana apresentou um resultado com queda de 8% no volume bruto de mercadoria na comparação anual, além de um prejuízo de R$ 212 milhões e queima de caixa de ~R$ 2 bilhões.
A Via reportou uma queda no volume bruto de mercadoria total (GMV) de 8% na comparação anual, refletindo principalmente a queda de 42% do GMV 3P (marketplace). A forte queda do 3P pode ser explicada pelo menor ticket médio por conta da maior participação das categorias de produtos de cauda longa. Do lado positivo, a margem bruta apresentou uma alta de 1,2 p.p. na comparação anual, atingindo 30,7%. A melhora na rentabilidade é reflexo principalmente da menor penetração do online e alta nas taxas de comissão.
O Magazine Luiza apresentou um fraco resultado no terceiro trimestre de 2022, com crescimento bastante baixo da receita e despesas financeiras levando a companhia para o prejuízo. Olhando para o e-commerce, o período foi desafiador para todo setor, com mercado online brasileiro registrando uma queda de 10,5% no 3T22, segundo dados da Neutrust. Com isso, o Magazine Luiza registrou uma alta de apenas 3% no e-comerce.
Um ponto interessante destacar é que a estratégia atual das varejistas está sendo focar na rentabilidade, tanto que a Via e Magazine Luiza registraram evolução das margens. Com isso, as empresas precisam abrir mão de crescimento, uma vez que os menores descontos e precificação mais alta dos produtos impactam as vendas.
Por fim, eventos como a Copa do Mundo, Black Friday e 5G devem beneficiar as vendas do comércio varejista no 4T22. Além disso, os auxílios governamentais e a queda na inflação também são fatores que devem pesar positivamente para o setor principalmente no próximo ano.
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Lucas Lima