O ditado de Wall Street “venda em maio e vá embora” refere-se a um período entre maio e outubro, quando o mercado, em média, apresenta um desempenho inferior aos seis meses anteriores. A sugestão idealizada é que o investidor deve vender suas ações no início do mês de maio e sair de férias (Sell in May and go away).
No Brasil, olhando para o histórico, maio é o pior mês da bolsa desde 1995. Por outro lado, o segundo semestre da bolsa brasileira tende a ser bastante positivo.
Obviamente, apesar do histórico mostrar um desempenho mais fraco da bolsa no mês de maio, o investidor não deve adotar uma estratégia com base nisso, uma vez que a melhor decisão é manter o capital alocado ao longo de vários anos.
Além disso, existem alguns motivos para acreditar que o “venda em maio e vá embora” não deve acontecer este ano no Brasil.
O primeiro motivo está relacionado ao fluxo estrangeiro que estamos visualizando na bolsa brasileira recentemente, no qual acumulou um saldo positivo R$ 6,91 bilhões no mês de abril. Em 2020, o saldo acumulado é superavitário em R$ 19,6 bilhões. O resultado é reflexo principalmente do excelente desempenho das commodities e da estabilização dos juros de 10 anos nos Estados Unidos.
Em conjunto, o risco fiscal está relativamente mais baixo após a aprovação do Orçamento de 2021, o que traz alívio para os investidores. O avanço da vacinação no país e a melhora marginal nos números de coronavírus, também são fatores que estão impulsionando o otimismo dos investidores e consumidores.
Por fim, acreditamos que o cenário para a Bolsa brasileira tende a ser bastante positivo daqui para frente, refletindo o melhor cenário político e fiscal, além de um ambiente externo mais favorável. Entretanto, vale lembrar da frase do ex-ministro Pedro Malan: “No Brasil, até o passado é incerto.”