Reeleição do Xi Jinping – Economia da China

No último sábado tivemos um evento importante para a geopolítica global, a reeleição do Xi para um novo mandato sem precedentes na China. Houve algumas substituições de membros no comitê permanente foram substituídos e as diretrizes informadas pelo partido não repercutiram bem no mercado.

A substituição de líderes não foi bem-vista pelo mercado, a percepção é que os novos líderes podem estar mais focados em assuntos ideológicos ao partido e menos no crescimento futuro da economia e mercados. Recentemente a China inseriu fortes regulações no setor imobiliário, educação e tecnologia, o que introduziu uma forte fuga de capital no país. 

A bolsa de Hong Kong caiu mais de 7% hoje, para o menor patamar em 13 anos, a moeda chinesa (yuan) atingiu o nível mais fraco em quase 15 anos, com uma fuga massiva de investidores globais de ativos chineses. Ações como Tencent e Alibaba caíram 16%.

Fonte: Thomsom Reuters

O país também divulgou dados mensais macroeconômicos, os números foram mistos, enquanto o PIB surpreendeu positivamente a comunidade de investidores os dados de consumo interno e varejo tem se mostrado anêmicos.

PIB China (Crescimento nos últimos 20 anos)

Fonte: Thomsom Reuters

Na nossa opinião os dados recentes da China mostram uma clara desaceleração do crescimento, nos próximos anos o país vai voltar a crescer, principalmente quando a política de COVID-0 perder o efeito, mas o crescimento da última década entre 6% e 8% ficaram para trás, a China deve apresentar um crescimento mais modesto entre 3% e 4%, mas ainda em um nível sólido. Para o Brasil esse cenário é mais desafiador, uma vez que o boom de commodities não vai se repetir na próxima década.

A China é um dos poucos países relevantes globalmente que está com a sua inflação controlado, os dados recentes de CPI (inflação) apontam para uma alta de 2,8% na comparação anual, além disso a taxa básica de Juros de 10 anos é de 2.7% e o crescimento do PIB ainda está em território positivo, cenário benéfico para atrair capital, porém as interferências estatais recentes têm feito o contrário.

Como pode ser visto na imagem abaixo, a relação entre o dólar/remimbi já se valoriza em 14% somente no ano de 2022, muito desse resultado é devido as interferências governamentais e saída de fluxo estrangeiro do país.

Relação entre o Dólar/Remimbi

Fonte: Thomsom Reuters

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Luan Alves

@luanalves.investor

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