Investir em renda variável demanda um grau de estratégia e planejamento e existem vários pontos a serem levados em consideração como aversão ao risco e o tempo do investimento, por exemplo. O investidor, sobretudo iniciante, naturalmente se questiona se sua prioridade é comprar as ações para depois vendê-las, embolsando o lucro, ou adquirir ações pagadoras de proventos, que são parcelas dos lucros das companhias listadas destinadas diretamente à base acionária. Na realidade, não se deve encarar essas estratégias como excludentes, mas sim complementares.
As ações de valor são normalmente escolhidas por investidores que estão começando sua trajetória e focam no aumento de patrimônio, uma vez que, no curto prazo, os proventos recebidos poderiam ser, ao seu ver, pouco significativos. No entanto, o acionista que busca multiplicar o seu capital deve realizar um bom controle de risco e, de preferência, contar com ajuda especializada, além de ter sempre o horizonte de longo prazo em função das frequentes oscilações do mercado acionário.
Já o investimento focado em dividendos é realizado por pessoas que buscam a formação de uma renda passiva que venha a complementar seus salários ou pró-labores. De maneira geral, para esse objetivo, são escolhidos setores menos cíclicos e com receitas mais perenes, como o bancário ou o elétrico, por exemplo. Conforme essa estratégia, os dividendos são reaplicados em novos ativos geradores de renda que, por sua vez, pagarão novos proventos, gerando o famoso efeito bola de neve.
Um erro largamente cometido por investidores de mentalidade curtoprazista é realizar aplicações exclusivamente em empresas com Dividend Yield, relação entre lucros distribuídos e preço da ação, muito elevado, já que esses patamares podem não ser sustentáveis no longo prazo. Um indicador que deve estar sempre presente para quem busca a liberdade financeira é o Yield on Cost, que é a medida do Dividend Yield calculado sobre o preço da ação pago no momento de compra. Com muito estudo ou, de preferência, com ajuda especializada, é possível investir em empresas que momentaneamente estão pagando poucos dividendos por questões conjunturais com o objetivo contratar renda futura por um preço muito descontado.
Outro ponto a ser mencionado é que é mesmo setores cíclicos podem ser grandes pagadores de dividendos que é exatamente o que acontece, no momento, com Vale e Petrobrás, com assustadores Dividend Yields de 16,69 e 38,3%, respectivamente. Evidentemente, existem questões bastante conjunturais que levaram a isso, porém Vale e Petrobrás juntas pagaram mais dividendos que todas as outras empresas listadas em bolsa em 2021, tendo distribuído R$ 146,01 bilhões no último ano ao passo que as 226 empresas restantes alcançaram R$ 145,2 bilhões em pagamentos de dividendos e JCP.
É importante lembrar também que mesmo investidores focados em renda passiva não devem ser dogmáticos em relação a ações de valor, uma vez que o mercado acionário é movido por ciclos. Quem, por exemplo, realizou aplicações financeiras em boas incorporadoras na última grande crise brasileira, no biênio 2015-2016, obteve valorizações muito expressivas nos anos seguintes, quando houve mais tranquilidade macroeconômica. Dessa maneira, o patrimônio financeiro obtido em empresas de valor pôde ser posteriormente aplicado em firmas pagadoras de dividendos.
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Um excelente dia a todos e até a próxima!
Milton Rabelo
Analista CNPI 2444
@miltonrabelo.financas