Demonstração do Fluxo de Caixa: conheça mais sobre este importante demonstrativo contábil

Para o devido estudo das empresas que vamos investir, é preciso ter o conhecimento de base necessário para sabermos em detalhes os números e entendermos os pontos fortes e fracos da companhia.

Pensando nisso, dentre os diversos demonstrativos contábeis que são emitidos, entender sobre o Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) se torna algo fundamental para o investidor.

Fonte: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/roit/guia-de-inteligencia-contabil-e-fiscal/noticia/2020/12/03/o-futuro-da-contabilidade-no-brasil.ghtml

O que é?

O DFC é um relatório contábil onde são listadas as origens de todos os recursos que uma companhia utilizou em determinado período, sendo que assim como o DRE e o balanço patrimonial, o DFC é divulgado trimestralmente e anualmente pelas empresas de capital aberto.

Mas de forma resumida, o DFC indica as entradas e saídas de dinheiro da empresa.

Para que serve?

Conforme explicado acima, este demonstrativo ilustra as saídas e entradas de dinheiro da empresa, ou seja, através do DFC é possível avaliar se a administração dos recursos da empresa estão bem geridos, se o planejamento de pagamento de importantes despesas e o recebimento de receita estão saudáveis, entre outros aspectos.

Caso um DFC tenha saldo positivo, é possível concluir que houve mais entradas de capital que saídas, o que é o ideal para uma empresa. Já um fluxo de caixa negativo indica maiores saídas do que entradas de recursos, o que indica ser algo negativo. Entretanto, sempre devemos avaliar todos os números da demonstração para entender onde a empresa investiu e se há uma expectativa de maior receita no futuro, compensando os investimentos do passado.

A partir do DFC podemos prever, planejar e controlar o dinheiro da empresa, avaliar se todas as despesas serão pagas, avaliar as condições de investimento da empresa e se será necessário buscar fontes alternativas de financiamento, entre outros.

DRE x DFC

A partir da definição do DFC é possível que você tenha se lembrado da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE). De fato, nos dois documentos é possível entender sobre como a empresa utilizou seus recursos. Entretanto, há uma diferença importante entre os demonstrativos.

Caso você tenha interesse em saber mais a respeito da DRE, convido você a ler este artigo.

Mas a principal diferença entre os demonstrativos é o tratamento do regime fiscal adotado. O DFC utiliza o regime de caixa, ou seja, ele ilustra todas as entradas e saídas de dinheiro que de fato aconteceram na empresa, independente se o fato ocorreu no mês. Ou seja, caso uma empresa tenha recebido um valor referente ao mês de fevereiro no mês de março, no DFC de março será registrada a receita, pois foi o mês em que ocorreu o crédito do valor.

Já a DRE utiliza o regime de competência, ou seja, todas as atividades da empresa do período são registradas, independente se ela ocorreu ou se irá acontecer fora do período. Por exemplo, a receita que a empresa registrou durante o mês de fevereiro que foi recebida em março na DRE é registrada em fevereiro, pois segundo a competência este valor se refere a fevereiro, independentemente se foi recebido ou não durante o período de referência.

Qual a sua estrutura?

A estrutura do DFC é definida pelo Pronunciamento Técnico CPC n. 03. De modo geral, este demonstrativo é dividido em três partes: as atividades operacionais, de investimento e de financiamento.

  1. Atividades operacionais

São todas as atividades relativas ao dia a dia da empresa, este item reúne dados da DRE e do balanço patrimonial. Neste item são computadas as informações sobre o caixa gerado nas operações subtraindo as despesas e gastos da produção e comercialização dos bens/serviços. São as atividades ligadas diretamente ao capital circulante da empresa.

Os principais itens indicado são:

  • Contas a pagar e a receber;
  • Receitas;
  • Pagamentos realizados;
  • Tributos.
  1. Atividades de investimento

Neste tópico são indicados os itens relacionados a investimentos que irão beneficiar a empresa ao longo do tempo. Alguns exemplos são:

  • Compra/venda de imóveis;
  • Compra/venda equipamentos;
  • Compra/venda de veículos
  • Investimentos financeiros, entre outros.

Usualmente estes itens são indicados no ativo não circulante do balanço patrimonial.

  1. Atividades de financiamento

Aqui são indicadas as atividades que a empresa realizou para realizar seus principais gastos operacionais e de investimentos. Alguns exemplos são:

  • Pagamento/solicitação de empréstimos e financiamentos;
  • Emissão de ações
  • Recompra de ações;
  • Pagamento de dividendos;
  • Entre outros.

No exemplo ao final do texto são indicados todos os pontos de uma DFC.

Métodos

Segundo o CPC 3, são disponibilizadas duas formas de apresentação da DFC: método direto e indireto.

  1. Método direto

Neste método são evidenciados os pagamentos e recebimentos da empresa no período. São apresentados apenas o que entrou e saiu de dinheiro.

  1. Método indireto

O método indireto é realizado a partir do ajuste do lucro líquido de acordo com todos os itens que afetaram o resultado. Este tipo de DFC que usualmente é utilizado para os cálculos de valuation da empresa.

Exemplo

A seguir segue o exemplo da DFC apresentada pela Lojas Renner para o quarto trimestre de 2022.

Para maiores dúvidas e esclarecimentos conte com o time da VG Research, siga a gente nas nossas redes.

Guilherme Morais

Analista CNPI 2682

@guilhermeammorais

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