Por que investir no exterior mesmo com o cenário externo conturbado

Ao abrir o noticiário internacional nos últimos meses tem sido cada vez mais desafiador encontrar notícias positivas a respeito da economia.

Em uma semana é atualizada a inflação que tem consistentemente batido recorde, aumentos cada vez mais intensos e persistentes na taxa de juros de vários países e a guerra entre Rússia e Ucrânia que não dá indícios de acabar. Além disso, o presidente do FED e o próprio presidente Biden tem sido alvo de críticas. E vemos também um mercado de trabalho ainda aquecido, o que ainda pressiona a inflação nos Estados Unidos.

Enquanto isso, no Brasil, apesar da incerteza da decisão da eleição para presidente que está em segundo turno no momento que escrevo este texto, o clima da economia é menos tenso. O Banco Central brasileiro foi o que mais rápido elevou a taxa de juros, que agora tem a tendência de estabilidade e até mesmo de redução, tivemos dois meses de deflação que aliviaram de forma considerável a inflação acumulada e, com isso, as perspectivas para 2023 no Brasil são melhores se compararmos ao restante do mundo.

Tanto que avaliando o Ibovespa em dólares, através do ETF EWZ, a bolsa brasileira acumula alta de quase 20% no ano e a bolsa americana acumula queda de mais de 20%.

Pensando nisso, muitos investidores não veem razão para diversificar internacionalmente ou até mesmo estão vendendo seus investimentos fora. Mas neste texto vamos passar pelas principais razões que considero importantes para que, mesmo com o cenário desfavorável fora do Brasil, você deve investir nos Estados Unidos.

  1. Investir em moeda forte

Acredito que apenas este motivo seja o suficiente para o investimento no exterior, pois neste ponto tratamos da proteção do nosso poder de compra.

Desde o trigo que é utilizado para fazer o pão do seu café da manhã, o petróleo que se transforma em combustível, os componentes eletrônicos de seu celular e até mesmo a fatura do seu serviço de streaming favorito são cotados em dólar.

Dessa forma, a tendência que o dólar tem de se valorizar no longo prazo reduz o nosso poder de compra no mundo. É comum o patrimônio em reais aumentar e o nosso poder de compra internacionalmente reduzir, pois usualmente a inflação no Brasil é mais intensa do que nos Estados Unidos.

Para retratar isso basta avaliar a evolução do preço do iPhone. O modelo do iPhone 4 foi lançado no valor de US$399,00 nos Estados Unidos e no Brasil de R$1.800,00. O último lançamento do iPhone 14 nos Estados Unidos seu preço atual é de US$999,00, enquanto no Brasil seu preço é de R$10.500,00. Ou seja, comparando os valores em cada moeda, a inflação do iPhone em dólares foi de aproximadamente 150% enquanto em reais a inflação foi de 480%.

Dessa forma, além de nos protegermos da inflação brasileira, mensurada pelo IPCA, precisamos pensar na inflação trazida dos Estados Unidos que podemos pensar na valorização do dólar e o CPI, índice de inflação americana. E manter todo seu investimento no Brasil será muito interessante caso o Brasil vá bem, entretanto, se algo der errado, seu patrimônio está em risco.

Além disso, temos visto recentemente a valorização do dólar perante diversas moedas importantes, como o Euro e a Libra. O índice do dólar durante o ano de 2022 tem mostrado a força que o dólar americano tem. E diferente deste movimento de fortalecimento do dólar, temos visto a cotação do real em relação ao dólar cair.

  1. Risco Brasil

Investir no Brasil envolve determinados riscos que o investidor não deve desconsiderar, sendo que a concentração excessiva em nosso país aumenta consideravelmente o risco de eventos inesperados e uma perda de capital iminente.

Caso você tenha interesse em saber em detalhes sobre o risco Brasil, confira este texto.

  1. O Brasil não é uma ilha

Apesar do momento mais interessante do Brasil em relação ao mundo, é sempre importante lembrar que nem o Brasil, nem os outros países, são uma ilha. Isso quer dizer que a desaceleração do mundo, principalmente de países que são parceiros do Brasil, como Estados Unidos e China, podem afetar o crescimento do país.

Temos a tendência de acreditar que investir em nosso país é mais seguro, pois vivemos aqui e temos acesso a mais informações, tornando natural o investimento em mercado local. Entretanto, isso se trata de um viés que usualmente é chamado de Viés Doméstico ou Home Bias. E este viés se trata da percepção equivocada que temos de enxergar os riscos que o seu país apresenta. Dessa forma, ignoramos de forma irracional todos os benefícios da diversificação global.

Vimos os motivos de risco que investidor tem ao concentrar seus investimentos. Mas quais são os benefícios de investir no exterior?

  1. Acesso ao maior mercado do mundo

Além da maior economia do mundo, os Estados Unidos têm o maior mercado de capitais do mundo. Diversos investidores e empresas do mundo buscam os Estados Unidos para investir ou para abrir o capital de sua empresa. Para confirmar a força deste mercado basta lembrarmos que diversas empresas brasileiras realizaram seu IPO na bolsa americana ao invés da B3.

Ou seja, investir nos Estados Unidos é ter acesso a diversos tipos de investimentos, setores e classes de ativos. São opções de renda fixa, ações, REITs, ETFs entre outras opções. O valor de mercado das bolsas varia a cada dia, mas segundo dados do World Federation of Exchanges, o mercado americano representa 40,9% do mercado mundial, com mais de US$100 trilhões de valor de mercado.

Fonte: https://www.sifma.org/resources/research/research-quarterly-equities/

E a bolsa brasileira? A B3 atualmente está com aproximadamente 1-2% do mercado mundial. Ou seja, investir apenas no Brasil é renunciar a 98% do mercado de capitais do mundo.

Outro aspecto importante com relação a diversificação nos Estados Unidos é o fato que ao investirmos em uma empresa americana, teremos uma exposição ao mercado global e não apenas aos Estados Unidos. A imagem abaixo mostra quanto da receita das empresas listadas no S&P500 foi gerada por região. Temos que 71% da receita foi feita nos Estados Unidos e 29% em outros mercados. Dessa forma, temos que investir nos Estados Unidos é diversificar em todo o mundo.

Conclusão

Diversificar geograficamente é sinônimo não só de proteção da carteira contra os riscos do Brasil, mas também o de buscar novas oportunidades em um mercado maduro e resiliente. Considero que investir no exterior é caminho natural de todo investidor que deseja evoluir, independente das condições de mercado.

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Para maiores dúvidas e esclarecimentos conte com o time da VG Research, siga a gente nas nossas redes.

Guilherme Morais

@guilhermeammorais

Analista CNPI 2682

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