No dia 26/07, o mercado realizou uma “pausa” em relação a temporada de resultados para acompanhar a tão aguardada Federal Open Market Committee (FOMC), reunião do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano. De forma unânime confirmou-se a expectativa de mercado com um aumento de 0,25 ponto percentual. Dessa forma, a nova taxa de juros (Fed fund rate) é de 5,25% a 5,50%, o maior nível em 22 anos.
Após a pausa durante a reunião de junho, houve o décimo primeiro aumento nos juros desde março de 2022. O Fed enfatizou que a economia americana segue aquecida, principalmente em relação ao mercado de trabalho, com a criação de empregos e aumento nos salários. Dessa forma, a retomada do ciclo de aumento nos juros se fez necessária, confirmando os anúncios ao longo das últimas semanas.
Como de praxe, o Fed reiterou seu objetivo de trazer a inflação de volta para o patamar de 2%. O foco de sua análise está nos índices de núcleo da inflação, ou seja, quando são desconsiderados os aumentos dos preços de energia e alimentos. Considerando que o core CPI ainda está na faixa de 4,8%, o Fed acredita que ainda existe um caminho.
O que esperar do Fed nas próximas reuniões?
Com isso, o mercado busca as respostas para as seguintes perguntas: o que esperar do Fed para as próximas reuniões? Será que haverá outro aumento na reunião prevista para setembro, conforme indicado pelo comitê?
Seguindo o mesmo discursos, Jerome Powell indicou que o Fed seguirá sua trajetória de ser “data dependent”. Ou seja, irá tomar as decisões de acordo com os dados mais recentes da economia. Considerando que apenas os dados positivos de junho são uma amostra pequena e que até setembro serão anunciados os dados de inflação e de mercado de trabalho para os meses de julho e agosto, é possível que um novo aumento seja realizado, caso os dados indiquem uma inflação alta.
Outro ponto importante que Powell respondeu foi com relação ao cortes nos juros e a expectativa do mercado. O presidente do Banco Central foi neutro na resposta, pois não quis indicar os próximos passos do Fed, mas confirmou que os cortes naturalmente virão antes da inflação atingir a meta, pois o importante é o ritmo da queda, além da análise de outros indicadores, como os de novas pressões inflacionárias.
Por fim, Powell de forma positiva acredita que o trabalho até o momento foi bom, pois a inflação já reduziu de forma significativa sem afetar o mercado de trabalho de forma negativa. Caso a situação econômica permaneça assim, este será um feito de grande importância e que pode confirmar a esperança do mercado do soft landing.
Temporada de resultados
Enquanto isso, a temporada de resultado segue em ritmo acelerado, sendo que durante esta semana e a próxima haverá o maior volume de resultados.
O grande destaque da semana foram as empresas de tecnologia. A Alphabet (NASDAQ: GOOG), cujo resultou superou as expectativas do mercado e suas ações encerraram a quarta-feira em alta de quase 6%. Já a Microsoft (NASDAQ: MSFT), apesar de bater as expectativas fechou o dia em queda. Ontem ao final do dia o Meta (NASDAQ: META) surpreendeu o mercado com métricas operacionais melhores do que as esperadas.
Além disso, empresas tradicionais como a Coca-Cola (NYSE: KO) e McDonald’s (NYSE: MCD) também registraram números positivos, com aumentos expressivos em suas vendas, principalmente fora dos Estados Unidos.
Por fim, outros resultados importantes foram as empresas de telecomunicações AT&T (NYSE: T) e Verizon (NYSE: VZ) que recentemente foram alvo de acusações por serem responsáveis de ter instalado cabos revestidos de chumbo. Ambas as empresas reportaram números positivos, amenizando o impacto que suas ações tiveram nos últimos dias.
Para maiores dúvidas e esclarecimentos conte com o time da VG Research, siga a gente nas nossas redes.
Guilherme Morais
Analista CNPI 2682