Os noticiários sobre o mercado internacional permanecem intensos, com importantes dados macroeconômicos, a recente alta nos juros dos títulos de 10 anos dos Estados Unidos que mexeu com o mercado, além das mudanças políticas.
Mercado de trabalho americano
Os dados do mercado de trabalho americano divulgados ao longo da semana, apesar de ainda indicarem a força do mercado, foram mistos.
Na terça-feira , houve a divulgação do relatório Job Openings and Labor Turnover Survey (JOLTS), que indica o número de vagas de trabalho disponível. Em agosto foram 9,6 milhões de vagas em aberto, acima das expectativas de 8,1 milhões.
Entretanto, na quarta-feira anunciou-se os dados do relatório ADP, que mede o nível de emprego em empresas privadas. Diferentemente do relatório JOLTS, os números apresentados vieram abaixo das expectativas. O regitro foi de 89 mil vagas, consideravelmente abaixo das 150 mil esperadas pelas mercado.
Dessa forma, o mercado aguarda o relatório de payroll, o de maior interesse do Fed.
Votação é aprovada e risco de shutdown é evitado até novembro
No sábado o presidente Biden assinou a aprovação de lei para manter o governo funcionando até o dia 17 de novembro, evitando a paralisação dos serviços. Apesar de não ter sido a decisão que aprovou o orçamento para o ano de 2024, o acordo aliviou a pressão do governo. Entretanto, nas próximas semanas o tema continuará em alta, até que haja a aprovação do orçamento.
Presidente da Câmara dos Estados Unidos é destituído
Passada a aprovação de sábado, em votação realizada na terça-feira, pela primeira vez na história um presidente da Câmara dos Estados Unidos é destituído. Kevin McCarthy, do partido republicano, foi destituído com 216 votos a favor e 210 contrários à sua saída.
Com isso, a pergunta feita por um dos deputados após o anúncio é relevante: e agora?
Espera-se que a votação para a escolha de um novo nome, sendo que enquanto isso Patrick McHenry presidirá. Esta mudança fora do radar é importante, pois pode impactar diretamente na aprovação de importantes pautas, tais como o orçamento do governo, que se atrasar pode aumentar as chances de um shutdown em novembro, além da votação se os Estados Unidos seguirão enviando ajuda para a Ucrânia no combate contra a invasão russa.
Títulos do tesouro americano de 10 anos mexem com o mercado internacional
A principal justificativa para a quedas das bolsas em setembro e ao longo do início de outubro tem como justificativa o aumento dos juros dos títulos americanos de 10 anos. Considerado como a referência de mercado, a alta das últimas semanas foi relevante. A taxa saiu de aproximadamente 4,00% no início de setembro para quase 4,80%.
Além disso, os títulos de 30 anos se aproximam de 5,00%. Entretanto, mesmo com a alta recente, a curva permanece invertida, pois os títulos de 2 anos estão com juros de aproximadamente 5,15%.
Dólar
Dado ao cenário de maior juros no exterior, a busca por títulos e outros ativos nos Estados Unidos fizeram com que o dólar se valorizasse nas últimas semanas. O índice DXY se valorizou aproximadamente 6% desde agosto, com isso, o dólar saiu de da faixa de R$4,80 para próximo de RS5,15.
Movimentos assim sempre nos revelam a importância da consistência nos aportes no exterior, pois nos últimos meses o investidor teve diversas oportunidades para realizar a remessa com câmbio mais favorável, sendo que a alta da cotação protege a carteira de investimentos em momentos de maior incerteza.
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Guilherme Morais
Analista CNPI 2682
